PFL critica governo com bolo de pão-de-ló

Brasília  – Dois bolos de pão-de-ló recheados com bombons foram usados ontem pelo PFL para criticar a atuação do atual governo. Simulando duas partes de uma mesma circunferência, os dois bolos representavam um terço e dois terços do mandato, que completará, dia 1.º de maio, 487 dias – a terça parte dos 1.460 dias em que o presidente Luiz Inácio Lula terá permanecido na Presidência da República.

“Um terço já se perdeu e ninguém sabe quem comeu esta parte do bolo”, disse o senador José Jorge (PFL-PB), que promoveu a pequena solenidade na presença de senadores e deputados da bancada de oposição, no cafezinho do plenário. “Estão todos convidados para essa pequena comemoração. Já que o governo não está comemorando, comemoramos nós”, disse.

O bolo maior em forma de dois terços da circunferência, trazia a frase que segundo o senador pefelista fora pronunciada pela atriz Fernanda Montenegro ao avaliar o governo Lula: “Precisa Começar”. “Em lugar do espetáculo do crescimento, prometido pelo presidente, o governo promove na verdade o crescimento do espetáculo”, ironizou o pefelista, ao apresentar uma lista de 13 críticas ao desempenho do governo, como o aumento do desemprego, da concentração de renda, compra do avião presidencial, ou que foi qualificado como “espetáculo do empreguismo”, atribuindo a contratação de “mais de 20 mil militantes” na máquina do governo.

A lista inclui ainda a crítica ao caso Waldomiro Diniz e a acusação de que o governo teria tentado “abafar a CPI”. “Foi uma maneira de mostrar que o governo consumiu um terço do seu mandato com blá-blá-blá e promessas”, concluiu o senador pefelista. “São 487 dias de pesadelo e mesmo assim temos mais 987 dias para suportar”, disse o presidente do partido, Jorge Bornhausen (SC). “Sem dúvida, em 2006, poremos fim aos fracassos e escândalos do governo Lula”, afirmou Bornhausen.

Pesar

No plenário, Bornhausen reiterou seu pesar pela passagem do primeiro terço do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de haver também um “regozijo democrático” pela data, o pesar, explicou o senador, é por considerar esse primeiro terço do governo tempo “desperdiçado e sacrificado”. Bornhausen reafirmou que não houve respeito pelos compromissos assumidos na campanha eleitoral.

Ele disse esperar que Lula consiga nos dois terços restantes reverter os erros mais grosseiros de seu governo.

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