PF invade sede da Caixa e apreende documentos

Brasília

? A Polícia Federal fez ontem uma operação de busca e apreensão na sede da Caixa Econômica Federal, em Brasília. O objetivo da operação, autorizada pela 10.ª Vara da Justiça Federal, foi obter informações para o inquérito que apura o envolvimento do ex-assessor parlamentar da Casa Civil Waldomiro Diniz com a multinacional Gtech, responsável pelo processamento de dados das loterias da Caixa.

Cerca de 30 policiais estiveram em vários andares da sede da Caixa, em Brasília, inclusive a do presidente Jorge Mattoso, no 21.º andar. Os policiais levaram agendas eletrônicas, disquetes, copiaram informações armazenadas nos computadores, além de apreenderem documentos que estavam nas salas e possuíam relação com a empresa multinacional GTech e o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, disse depois da operação, que a ordem de apreender documentos na sede de instituição teve origem política. A decisão da juíza atendeu ao pedido do procurador da República José Robalinho Cavalcante, que substituiu Marcelo Serra Azul. “Sinto que existe uma motivação política. Estamos em período pré-eleitoral”, disse Mattoso ontem em São Paulo. Ele não disse os nomes dos interessados em usar essas informações para fins políticos.

A operação da Polícia Federal foi comandada pelo delegado Antônio Cesar Nunes, que preside o inquérito que apura os envolvimento do ex-assessor parlamentar da Casa Civil Waldomiro Diniz com a Gtech, empresa responsável pelo processamento de dados das loterias da CEF. Segundo Mattoso, os policias pediram documentos sobre a entrada e saída de pessoas na sede da Caixa, num determinado período do ano. Também pediram a agenda detalhada do presidente e dos vice-presidentes da Caixa. Essa agenda contém informações sobre os encontros ocorridos em abril de 2003, quando foi renovado o contrato entre a Caixa e a Gtech, que presta serviços de informática para as loterias da Caixa. “A Caixa não tem problema em ceder esses documentos. O banco, sempre que solicitado, cedeu essas informações”, disse.

Mattoso afirmou ainda que essa apreensão já foi tentada antes. “O que estão fazendo agora já foi feito, só que de forma ilegal. Essa apreensão agora está sendo feito de forma legal.” Ele disse que já conversou com o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, sobre o caso. Algumas horas depois do episódio, a Justiça mandou devolver à Caixa Econômica Federal documentos apreendidos na operação da Polícia Federal.

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