TRABALHO

Pesquisa revela que 37% das pessoas teme perder o emprego pras máquinas

Em um levantamento realizado pela consultoria PwC com 10 mil pessoas da China, Índia, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos, mais de um terço (37%) afirmou estar preocupado com o risco que a automação oferece para os empregos. Outros 73%, no entanto, acreditam que a tecnologia não vai substituir a criação humana. O estudo “Workforce of the Future”, realizado entre o final de 2016 e o início de 2017, abordou questões relacionadas às expectativas dos profissionais e desenhou quatro possíveis cenários para o mundo do trabalho até 2030.

“Por um lado, um terço das pessoas está preocupada com empregos do futuro, mas, por outro lado, a automação e a inteligência artificial agregam muito mais valor às atividades que realizamos hoje em dia”, aponta o diretor da PwC no Brasil, Roberto Martins. Além de potencializar resultados e produtividade, unir pessoas e máquinas em um ambiente preserva empregos.

Atualmente, esse modelo já está em ação por meio da inteligência assistida, com a automação de tarefas repetitivas, e com a inteligência aumentada, que vem emergindo à medida que humanos tomam decisões baseadas em máquinas. A previsão do estudo é de que, em um futuro não tão distante, a inteligência autônoma, com sistemas adaptáveis assumindo a tomada de decisões, colocará os humanos em xeque no mundo do trabalho.

Além da automação

Apesar de focarmos imediatamente na tecnologia quando o assunto é futuro, as transformações no mundo do trabalho ultrapassam a automação e a inteligência artificial. Mudanças constantes, a competição ferrenha por talentos e o surgimento e extinção de papéis, habilidades e funções cada vez mais acelerados deixam a dúvida: como estar preparado?

Líder global de desenvolvimento de estratégia e liderança da PwC, Blair Sheppard afirma que é preciso focar em habilidades de adaptação contínua, interação e ser capaz de, mesmo nesse ambiente mutável, reter o senso de identidade e valores. “Para estudantes, não se trata só de adquirir conhecimento, mas de como aprender. Para o resto de nós, devemos lembrar que a complacência intelectual não é nossa amiga e que aprender – não apenas coisas novas, mas novas formas de pensar – é um empreendimento para a vida toda”, recomenda.

Ou seja, ao invés de focar exclusivamente no aprendizado de habilidades técnicas, é necessário desenvolver capacidades que não podem ser aprendidas em sala de aula – que não podem, em última instância, ser ensinadas. “As pessoas hoje deveriam desenvolver capacidade de adaptação: aprender a aprender”, aponta Martins. “Muito mais importante do que focar nas funções que vão executar, [elas] deveriam trabalhar essas possibilidades de adaptação e aprendizagem já que é muito provável que essas funções vão ter outras características e elas vão ter que se adaptar”.