São Paulo – O perito Celso Del Picchia, contratado pelo candidato do PP à Prefeitura paulistana, Paulo Maluf, para examinar a autenticidade de um documento que comprovaria a transferência de US$ 100 milhões numa conta em nome de Maluf, do UBS de Zurique para a filial do banco em Londres, reafirmou ontem que o documento não é idôneo para servir de prova de que o ex-prefeito possuiu dinheiro no exterior. Segundo ele, não é possível tirar qualquer conclusão a respeito do documento por tratar-se de uma xerocópia.
Del Picchia afirmou que o Ministério Público deveria requisitar o envio do original da Suíça para seguir ou encerrar as investigações do caso. Ele ainda contestou a competência do perito Ricardo Molina, que assina um dos laudos apresentados pelo Ministério Público e garante a autenticidade do documento.
Especialista
Para Del Picchia, Molina, que é especialista em análise fonética, está atuando em área onde não tem nenhuma experiência. Ele usou uma metáfora para comprovar sua afirmação. “É como se o Felipão fosse chamado para ser técnico da seleção de vôlei”, declarou.
O candidato Maluf, que acompanhou a entrevista, afirmou que concordava com todas as declarações de Del Picchia. O candidato a vice-prefeito, o vereador Salim Curiati Júnior, lembrou que Molina sequer presta serviços à Unicamp e ainda, segundo nota distribuída pela assessoria de Maluf, foi demitido, por justa causa, da coordenação do setor de fonética forense da universidade, em fevereiro de 2001, acusado de irregularidades administrativas.