Péres considera limitado depoimento de economista no processo contra Renan

Brasília – O senador Jefferson Péres (PDT-AM) classificou como "limitado" o depoimento do economista José Amilton Barbosa na Comissão de Ética do Senado no processo que investiga se o presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou "laranjas" para comprar veículos de comunicação em seu estado numa parceria com o usineiro João Lyra. José Hamilton seria o supervisor contábil de uma das rádios compradas nessa sociedade.

Segundo Péres, que é relator do processo, o economista disse que "apenas ouviu falar" que todos os empregados da rádio sabiam que Renan Calheiros era o sócio oculto da empresa. "É um testemunho limitado, porque não aponta um fato concreto, apenas diz que ouviu falar e que ouviu dizer que todos os empregados sabiam que o senador Renan era sócio [da rádio], mas não quis dar o nome de nenhum funcionário que pudesse ser convidado para depor", disse.

A segunda pessoa ouvida pelo senador foi o juiz da 16ª Vara Criminal de Maceió, Marcelo Tadeu de Oliveira. Ele foi chamado para depor por sugestão do próprio Renan Calheiros em sua defesa prévia. O juiz é autor de denúncia-crime acusando João Lyra de ser o mentor intelectual do assassinato de um funcionário da Secretaria de Fazenda de Alagoas. 

Ao sair do depoimento, o juiz reafirmou que João Lyra teria sido o mandante do crime.

O senador Jefferson Péres disse também que foi procurado pelos advogados de João Lyra, que informaram que o usineiro não tem disposição de falar ao Conselho de Ética, "por ser um homem idoso e não ter nada mais para acrescentar". Segundo o senador, os advogados prometeram entregar na próxima terça-feira (6) um memorial com a sua versão para os fatos.

Mesmo sem ter o depoimento do usineiro e com os dois depoimentos de hoje não acrescentando fatos novos ao processo, Jefferson Péres disse que em um processo político não é necessário ter provas materiais para que a perda de mandato seja recomendada ao Conselho de Ética. "O conjunto de indícios podem ser suficientes", afirmou.

Péres informou que recebeu documentos da Junta Comercial de Alagoas relacionados ao caso.

O relator disse que ainda não sabe qual será o teor do relatório que irá apresentar no próximo dia 15.

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