Pátios das Ciretrans na mira da CPMI

São Paulo – Os pátios particulares terceirizados pelas Ciretrans estão na mira da CPMI Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que investiga o roubo e o desmanche de veículos em todo o país. “Estamos diante de uma verdadeira “mina de ouro” para o crime organizado”, revelou o deputado Hidekazu Takayama (PMDB-PR), relator da CPMI, depois de se reunir com membros do Ministério Público de São Paulo e participar de diligências nas cidades de Mogi das Cruzes, Suzano, Taboão da Serra e Itaquaquecetuba, todas na região metropolitana de São Paulo.

Os responsáveis pelas Ciretrans deixam de comunicar a recuperação de veículos só para cobrarem elevadas diárias e taxas das vítimas. “Isso quando o carro é devolvido”, afirma Takayama, que ontem esteve num desses pátios terceirizados no bairro de Parque Laguna, em Taboão da Serra, de onde foram desviados mais de 400 carros.

O esquema era liderado pelo delegado Silvio Pires, que contava com a ajuda de um escrivão e seis policiais militares. Todos foram indiciados pelo Ministério Público, que descobriu que os veículos recuperados eram vendidos ilegalmente pelos policiais ou então tinham seus números manipulados de carros vendidos em leilões. Alguns carros chegaram a ser levados ao Paraguai e vendidos para receptadores por R$ 2 mil a R$ 2,5 mil cada, dependendo do modelo. Um desses veículos foi encontrado de posse do escrivão de polícia Messias Militão.

Takayama informou que, em Itaquaquecetuba, foram constatadas diversas irregularidades. Vários veículos foram leiloados quatro meses depois de recuperados, sem que o dono fosse comunicado. Um desses veículos foi arrematado por um preço irrisório R$ 1 mil – pela sogra do delegado Mauro Reinaldo, responsável pela Ciretran. “No boletim policial constava que o dono do veículo havia sido comunicado, mas este negou. Além do mais o processo licitatório está repleto de falhas, porque nele só consta a marca do carro, nada mais. Estamos espantados com tantas irregularidades”, reforçou.

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