Parceria contra o crime não tem projeto eleitoral

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou hoje que o governo federal “não tem um projeto eleitoral por trás” da parceria com o Governo de São no combate ao crime organizado. Cardozo disse que é preciso “perder essa mania” de achar que todas as ações seguem um objetivo político.

“Quando você no Brasil produz políticas de Estado na perspectiva de passar disputas eleitorais em geral e fazer ações pelo interesse público as pessoas não estão muito acostumadas a fazer isso. Acha que tem sempre um projeto eleitoral por trás, tem sempre uma campanha por trás. Temos que perder essa mania”, disse.

De acordo com a coluna Painel, publicada hoje pela Folha de S.Paulo, aliados do governador Geraldo Alckmin avaliam como politicamente desastroso o saldo da parceria. Para tucanos, se a iniciativa fracassar, o governador será responsabilizado, caso contrário, os dividendos serão colhidos por Cardozo.

A coluna aponta ainda que para aliados de Alckmin, o ministro da Justiça busca se credenciar para o Bandeirantes em 2014 com o discurso de que resolveu a crise na segurança.

Na terça-feira, após troca de farpas e aumento significativo da escalada de violência, os governo Dilma Rousseff e Alckmin anunciaram a criação de um agência de inteligência.

As ações dos criminosos continuam após o anuncio de medidas de cooperação entre os governos. Pelo menos oito pessoas morreram entre a manhã de ontem e a madrugada desta quinta-feira na Grande São Paulo.

Segundo o ministro, não cabe, neste momento, disputa política. “A soma de esforços na visão daquilo que é melhor para sociedade é algo que tem que transcender as nossas divergências. Eu não vejo da parte nossa ou da parte do governo de Estado uma disputa. Ao contrário, queremos é acertar, combater o crime organizado”, afirmou.

Cardozo disse que será formalizada na próxima semana a criação da agência de inteligência para combater o crime. “Informamos à presidente Dilma Rousseff o entendimento que tivemos com o governo de são Paulo. Informei que na próxima segunda-feira estarei junto com o governador Geraldo Alckmin formalizando esse acordo e participando do grupo de trabalho que nós criamos”.

O ministro disse que está confiante na mudança do cenário de violência no Estado. Ele reafirmou que a contribuição federal será em inteligência. “Vamos ver se revertemos esse quadro. Temos tudo para fazê-lo”, afirmou.

“O Estado brasileiro se estiver coeso, ele é mais forte que o crime organizado, e nós queremos isso. Dessa iniciativa não há nenhuma disputa eleitoral. Se nós conseguirmos derrotar o crime organizado, ganham todos, toda a sociedade brasileira”, completou.