Para UDR, Rossetto é “omisso e irresponsável”

Presidente Prudente – O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, acusou ontem o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, de ser “irresponsável”, por ter afirmado que a onda de invasões no campo não traz risco de abalo às instituições. Segundo Garcia, ao dizer que o governo não pretende adotar nenhuma medida excepcional contra a nova ofensiva do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Rossetto está sendo omisso.

“Morte e conflito não são riscos?”, perguntou, referindo-se ao confronto que deixou um sem terra morto e cinco feridos, sábado, no Paraná. “Como é que fica a autoridade de um ministro sendo omisso, deixando ir por água abaixo a ordem pública?” Segundo ele, o que está ocorrendo no campo é uma decorrência da reforma agrária “infeliz desse governo”. Para o presidente da UDR, Rossetto deveria reconhecer a situação de risco e pedir providências imediatas ao ministro da Justiça para que a ordem pública seja preservada. Garcia considerou “absurda” a declaração do ministro de que o MST cumpre um papel muito importante no mundo rural.

“O ministro está sendo irresponsável ao falar isso depois que acabaram de enterrar um cidadão-morto em um conflito armado, quando o MST invadia uma fazenda. Se esse é um papel importante, ele está em outro mundo. Daqui a pouco, os arrastões nas favelas do Rio de Janeiro também vão ser obra de um movimento social.” O ruralista defendeu a troca do ministro. “Acredito que o presidente tem de fazer mudanças urgentes nessa pasta agrária para restabelecer o estado de direito, pois o ministro confunde baderneiros e arruaceiros com movimento social.”

Garcia informou que a UDR vai entrar com uma representação no Ministério Público Estadual contra o comando da Polícia Militar da região de Presidente Prudente por se omitir no cumprimento do dever legal durante a invasão da Fazenda São Domingos, em Sandovalina, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo.

Segundo ele, os policiais presenciaram a entrada dos sem terra na fazenda e a destruição de uma lavoura.

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