Para Lula, queda ou alta do juro não trará transtorno

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (11) que não dá palpite sobre aumento ou redução de juros, referindo-se à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para a próxima semana. O presidente afirmou que o importante é que "o que deu certo até agora tem de continuar dando certo", disse, ao lembrar que embora seja o presidente da República que indique o presidente do Banco Central, ele não dá palpite sobre crescimento ou redução de juros. "Não será nem a redução de 0,25 ponto porcentual, nem a manutenção em 11,25% ao ano, nem o aumento de 0,25 ponto que vai trazer qualquer transtorno à economia brasileira", acrescentou.

Sobre a sugestão da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para que o governo contenha os gastos com o objetivo de segurar os juros, Lula respondeu: "o governo corta (os gastos) quando entender que é necessário cortar e naquilo que é possível cortar. Não é pouco o corte de R$ 20 bilhões (no Orçamento) que já fizemos", disse. "Isso não tem nada a ver com alta de juros. As pessoas têm o hábito de discutir (juros). Os juros vão crescer quando eles tiverem de crescer e vão cair, quando for para cair", afirmou.

Segundo ele, é preciso garantir que "a tranqüilidade da política econômica, a manutenção da estabilidade e a seriedade com que o governo vem tratando os investimentos públicos, façam com que a economia continue a crescer por muito e muito tempo".

O presidente disse ainda que às vezes fica incomodado quando ouve alguma crítica em relação à economia brasileira. "Não conheço nenhum momento em que a economia brasileira esteve melhor, que a economia tivesse a tranqüilidade de hoje, que estivesse tão bem, que os empresários estivessem satisfeitos, com emprego aumentando e a cada mês batemos recordes de emprego" disse o presidente.

Segundo o presidente, haveria algum tipo de problema se os investimentos produtivos não estivessem crescendo na mesma proporção que a demanda. "Correria um risco de descompasso, com fracasso de oferta que podia gerar inflação". Segundo ele, o que acontece no Brasil é que as indústrias estão acompanhando esse crescimento da demanda e que há um compasso perfeito entre demanda e oferta. "Não há nenhuma razão para se especular. É preciso que não volte a tensão toda vez que o Copom vai se reunir. Essa fase já passou. E agora estamos em um momento de tranqüilidade", observou.

Inflação

O presidente Lula disse também que determinou aos ministros da Fazenda, Agricultura e Desenvolvimento Agrário, que se reúnam para ver quais os produtos que têm maior influência na inflação e definir uma política especial de incentivo a esses produtos.

Ontem, em outra entrevista na Holanda, o presidente atribuiu ao feijão e ao leite a responsabilidade pelo aumento da inflação no Brasil. "Não há por que neste momento haver qualquer nervosismo. A economia está bem, a demanda está crescendo, o crédito está crescendo, a produtividade está crescendo, a renda está crescendo. Se você tem um crescimento sazonal de algum produto pode corrigir no próximo trimestre ou quadrimestre. O momento é de menos palpite e mais tranqüilidade para ver as coisas acontecerem", afirmou.

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