Ao contrário das afirmações de lideranças petistas, de que um eventual terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está sendo cogitado, o ex-governador de São Paulo e presidente do Conselho Superior de Estudos Políticos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), Cláudio Lembo (DEM), diz que a hipótese está sendo considerada. "Eu escrevi sobre esse tema no dia 12 de junho deste ano, muito antes dessas discussões, dizendo que o terceiro mandato virá. Naquela época fui tido como louco, como costumo ser usualmente chamado. Porém, os loucos é que falam a verdade, Deus fala pela boca dos loucos.

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Lembo disse que o terceiro mandato poderá se tornar realidade através de um plebiscito e pelo fato de o governo petista ter maioria no Congresso. "Acho que aqueles que não desejam isso, devem ficar alerta e acho também que a opinião pública poderá se posicionar contra essa possibilidade", argumentou. O ex-governador acredita que se o terceiro mandato vingar, "será o rompimento de uma tradição republicana".

O ex-governador disse que se sente "triste e constrangido em saber que agora o País pode ir não apenas para a reeleição, mas para um terceiro mandato consecutivo". "Isso é mal porque um dos pontos fundamentais da democracia é a alternância no poder e quando isso é violado, a democracia também é violada." Apesar da crítica aos mandatos consecutivos, Lembo diz que o terceiro mandato de Lula pode vir a ser uma realidade.

"Maldade"

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A Fecomercio realizou na manhã de hoje um debate sobre reforma política e um dos temas em discussão foi o eventual terceiro mandato. O deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), que participou do evento, afirmou que essa discussão não procede e que ela está ocorrendo por conta "de uma maldade da parte de alguns setores da intelectualidade brasileira e também de parte da imprensa que faz injustiça ao governo Lula". Para o deputado do PT, o tema vem sendo utilizado também como munição da oposição para atacar o governo petista.