Para deputado, parentes deveriam deixar os cargos

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Deputado petista, João Paulo Cunha, vê "sinais de instabilidade política".

São Paulo – O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) disse ontem, em São Paulo, que os parentes indicados por autoridades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveriam deixar os cargos que ocupam na gestão pública.

"Se for órgão público, com contratos por livre provento e o chefe deste parente ser quem o indicou, deveria sair, sim", respondeu, sobre nepotismo. João Paulo defendeu as mulheres do chefe da Casa Civil, José Dirceu, Maria Rita de Andrade, e do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, Margareth Palocci, que ocupam cargos, mas foram aprovadas em concurso público. Maria Rita é funcionária pública há 27 anos e trabalha na Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e Margareth é assessora da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) desde o início da administração Lula.

"O nepotismo tem de ser condenado", disse o deputado do PT de São Paulo, defendendo o concurso público como única forma de acesso ao mercado de trabalho governamental.

Instabilidade

O deputado também disse que vê "sinais de instabilidade política" no País que podem vir a contaminar a segurança econômica. Desde novembro e, sobretudo, a partir da eleição do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), João Paulo disse que as dificuldades para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentaram.

"Precisamos recuperar a estabilidade política para sustentar a estabilidade econômica", afirmou, admitindo que há "o risco de contaminação". Ao discursar em almoço em homenagem a ele na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), João Paulo disse que procurou o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e a ex-prefeita da capital paulista Marta Suplicy (PT), e adversários na disputa pela indicação do partido a governador do estado, para dar a contribuição pró-estabilidade.

"Estamos num momento complicado", em que se deve evitar confrontos internos, afirmou. "É preciso dar uma contribuição para tranqüilizar o País e secundarizar a disputa em São Paulo", disse. Após ter telefonado para Mercadante com esta proposta, o deputado do PT de São Paulo conversou com Marta na manhã de ontem e eles devem se reunir brevemente. João Paulo evitou atribuir culpas por esse momento de "instabilidade política", declarando apenas que "há problemas na política que precisam ser resolvidos".

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