Para coronel, ação que matou PM é preocupante

O coronel Rogério Seabra, comandante das UPPs (Unidades Pacificadores) do Rio, informou nesta a ação que resultou na morte da soldado da PM Fabiana Aparecida de Souza, 30, é preocupante, mas destacou que a implantação e ação das unidades é irreversível.

A soldado foi morta na noite de ontem ao ser surpreendida em frente à sede da UPP da Nova Brasília, no Complexo do Alemão. Ao todo, 12 criminosos atiraram contra a base e um dos disparos atingiu a policial no peito, perfurando o colete.

Após o crime, o policiamento foi reforçado. Segundo a PM, o Bope (Batalhão de Operações Especiais) está no local e deverá ficar na favela por tempo indeterminado. As buscas estão sendo feitas desde a noite de ontem, mas até a tarde desta terça-feira nenhum suspeito tinha sido identificado.

A polícia também pede que a população colabore através do Disque-Denúncia (0/xx/21/2253-1177) e do 190, fornecendo informações que possam levar à localização e prisão dos responsáveis pela morte da soldado.

Complexo

O Complexo do Alemão foi ocupado por forças do Exército em novembro de 2010. Como preparação para a implantação das UPPs, policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e da Tropa de Choque da PM também passaram o ocupar a comunidade em março deste ano.

A instalação das primeiras UPPs do local, porém, ocorreram em abril. Já a retirada do Exército foi concluída há duas semanas.

A primeira UPP da cidade do Rio foi implantada em 28 de novembro de 2008, na favela Santa Marta, em Botafogo (zona sul). Hoje, já são 200 UPPs em funcionamento.

Uma pesquisa divulgada no início do mês apontou que apenas 49% dos policiais em UPPs se consideram adequadamente preparados para o trabalho.

Segundo moradores do Complexo do Alemão, no domingo, policiais da UPP teriam agredido pessoas no interior da comunidade chegando a jogar spray de pimenta nos olhos de um morador.

Em fevereiro passado, a Nova Brasília foi o local do maior confronto entre traficantes e homens do Exército durante os 19 meses de ocupação. Durante duas horas, homens armados trocaram tiros de fuzis com os militares.