O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, discordou da tese do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) devem ser consideradas uma ?força beligerante? e não um grupo terrorista. ?Precisamos ter diálogo (com as Farc), por motivos humanitários, mas isto não implica também dar às Farc o status político que torne difícil esse diálogo do ponto de vista do governo colombiano?, disse chanceler brasileiro na Cidade da Guatemala, pouco antes da posse do presidente Álvaro Colom.

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Chávez e o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, se encontraram na posse de Colom. Nos últimos dias, os dois protagonizaram um ruidoso embate depois de o venezuelano ter-se declarado disposto a mediar um processo de paz para a Colômbia, desde que o governo colombiano não tratasse as Farc como terroristas – algo que Uribe não aceita. A divergência ocorreu em meio ao processo de libertação das reféns Clara Rojas e Consuelo González.

Questionado sobre o assunto, Amorim disse que o Brasil não faz uma classificação definindo quais são os grupos terroristas: ?A única organização terrorista que o Brasil tem classificada é a Al-Qaeda, porque o País segue a ONU (Organização das Nações Unidas).? O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não se pronunciou sobre o status das Farc. Ele pediu apenas que Bogotá e a guerrilha cheguem a acordo para novas libertações.

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