Papa ordena novo cardeal brasileiro

Vaticano – O Papa João Paulo II, encerrando a semana dos 25 anos de seu pontificado, ordenou ontem 31 novos “príncipes da Igreja Católica” ao grupo de elite que elegerá seu sucessor após sua morte. O Pontífice saudou os cardeais de 22 países, entre eles dom Eusébio Scheidt, do Brasil, como reflexo da “multiplicidade de raças e culturas que caracteriza o povo cristão.”

Com as mãos tremendo, devido ao Mal de Parkinson, João Paulo II teve a homilia lida por assessor e entregou a cada novo cardeal um capelo (espécie de chapéu vermelho), em vez de colocá-los sobre as cabeças dos religiosos, que se ajoelharam à sua frente, um a um. “O vermelho escarlate da veste dos cardeais evoca a cor do sangue e lembra o heroísmo dos mártires”, disse, antes do juramento, na Praça de São Pedro.

Apesar de sua fraqueza, o papa sorriu várias vezes durante a cerimônia. Os 31 cardeais, incluindo um nomeado em segredo para protegê-lo da possível reação hostil de seu governo, eram uma mistura de clérigos conservadores e moderados. Analistas afirmam não saber como eles podem influenciar a eleição do novo Pontífice.

João Paulo II, com 83 anos e já incapaz de caminhar, cansou-se a olhos vistos e arrastou seu discurso durante a cerimônia. Os novos integrantes aumentam para 135 o número de cardeais que podem entrar na Capela Sistina no Vaticano para o conclave, e eleger o novo papa. Um deles substituirá João Paulo II. Havia cardeais de países pobres e de onde a Igreja sofreu, como Sudão e Vietnã.

Voltar ao topo