Palocci alega doença e adia depoimento

O depoimento do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, a princípio marcado para hoje cedo, foi cancelado ontem, pelo seu advogado, José Roberto Leal, sob a alegação de que Palocci está com problemas de saúde. Ontem, a Polícia Federal ouviu o diretor jurídico da Caixa, Antônio Carlos Ferreira, que estava com o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, no momento em que ele recebeu o extrato da conta do caseiro Francenildo Santos Costa.

No meio da tarde de ontem, Leal falou pelo telefone com o delegado do caso, Rodrigo Carneiro Gomes, e pediu o adiamento do depoimento. O advogado enviou ainda um comunicado por fax à PF dizendo que seu cliente não poderia comparecer por problemas médicos causados por estresse. O advogado se comprometeu a enviar um atestado médico, mas até o início da noite o atestado não havia chegado. Se o documento não chegar até às 10h de hoje – horário para o qual estava marcado o depoimento -, Palocci será intimado novamente.

Leal disse a Carneiro que ele não poderia estar presente no depoimento de seu cliente porque tinha uma audiência no mesmo horário. No entanto, afirmou que na próxima semana, provavelmente na terça ou na quarta-feira, o ex-ministro já estará bem o suficiente para depor.

Na manhã de quarta-feira, quando a intimação foi entregue na casa do ministro, os agentes encontraram Palocci tirando sangue para fazer exames. Já na manhã de ontem, a PF, apesar de ter marcado o depoimento, já tinha informações de que o ex-ministro tentaria adiá-lo. Apenas quarta-feira Palocci contratou o advogado João Roberto Leal. O próprio advogado achou que não seria bom o ex-ministro depor agora, já que ele próprio ainda não conhece o caso. Leal só volta a Brasília na próxima segunda-feira.

Diretor confirma

O diretor jurídico da Caixa, Antônio Carlos Ferreira, confirmou que estava com Jorge Mattoso no momento em que ele recebeu o extrato da conta de Francenildo Santos Costa. Ferreira chegou espontaneamente ontem na PF, no meio da tarde, para dar esclarecimentos. Confirmou que estava jantando com Mattoso e o assessor de imprensa da Caixa, Gabriel Nogueira, no restaurante La Torreta quando o consultor da presidência da CEF Ricardo Schumann chegou e entregou a Mattoso um envelope pardo. Logo depois, Mattoso falou ao telefone. Ferreira, no entanto, afirma que não sabia o que havia no envelope, nem para quem Mattoso ligou.

Nogueira, o outro acompanhante de Mattoso, foi convidado hoje, informalmente, a prestar depoimento e deve comparecer amanhã No entanto, a assessoria da Caixa negou qualquer convite. Se não comparecer, Nogueira deverá ser intimado amanhã mesmo.

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