Pais de bebê morto engasgado comentam sobre o caso

Os pais de Rafael Guilhamati, bebê de cinco meses que morreu após ser alimentado com leite em uma creche no centro de São Paulo, afirmam em vídeo que o filho passava por consultas com pediatra uma vez por mês e nunca teve refluxos ou qualquer outro problema de saúde.

Na gravação, publicada na internet, os pais afirmam que queriam “esclarecer alguns pontos”. “Estamos fazendo isso para defender uma criança de cinco meses, que enquanto estava sendo velada, estava sendo agredida violentamente, sem a gente ter acusado ninguém, sem a gente ter botado o dedo na cara de ninguém. A única coisa que a gente quer é a verdade do que aconteceu”, afirmou o pai da criança.

A mãe da vítima afirma que só foi informada sobre o filho ter passado mal quando ligou para a escola por volta das 14h. “A moça [da escola] me disse ‘mãe, seu nenê precisou ir para o pronto-socorro. Não sei te dizer o que aconteceu, não posso falar nada, vá para o pronto-socorro’ e deu o endereço. Saí correndo, mas ela não sabia me falar nada”, declarou a mãe.

Na quarta-feira, o advogado do colégio Maria José, João Ibaixe, informou que a enfermeira e o médico que atenderam Rafael suspeitaram que ele sofria de refluxo e que a escola não foi informada sobre o possível problema de saúde da criança.

De acordo com a polícia, Rafael passou mal ao ser alimentado com leite em uma mamadeira na creche, que fica dentro do colégio. A família confirma que ouviu essa versão na delegacia quando a funcionária prestava depoimento informal à polícia. O advogado da escola, entretanto, afirmou que o bebê já havia sido alimentado e estava no berço no momento em que passou mal.

“A única coisa que a gente sabe ao certo é que a gente deixou nosso filho, vivo, sorridente e feliz na escolinha e fomos tirar ele no IML [Instituto Médico Legal], morto, com a única nota que ele tinha engasgado com leite”, afirma o pai da criança durante o vídeo.

Hoje, o advogado do colégio afirmou que a escola não tem intenção de culpar os pais. “O que aconteceu foi uma fatalidade muito grande. Não há nada no sentido de atacar a família. O fato é que o problema que a criança apresentou indica que ela não teria uma digestão normal. Os pais poderiam não saber disso ou mesmo saber e não ter informado a escola”.

Ibaixe ainda declarou que assim que a babá percebeu que Rafael tinha engasgado, a enfermeira do colégio iniciou os primeiros socorros e ligou para a emergência do Corpo de Bombeiros, ao mesmo tempo em que a coordenadora ligou para a família da criança para avisar sobre o ocorrido. Como a corporação levaria mais de dez minutos para chegar à creche, funcionários decidiram levar o bebê até um pronto-socorro.

“Se os pais chegaram ao hospital e não encontraram nenhum funcionário lá é porque houve um desencontro. Os policiais militares pediram que todos eles fossem até a delegacia prestar seu depoimento”, afirmou o advogado.

Ainda de acordo com o advogado, “mesmo, se eventualmente, descobrirem que o bebê tinha um problema de saúde, os pais não podem ser culpados, a perda da criança é algo que supera qualquer punição. A escola não quer acusar ninguém, apenas se solidarizar com a família”.

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