Oito bebês morrem de infecção em maternidade do CE

Oito bebês prematuros morreram no fim de semana passado na Maternidade Escola Assis Chateuabriand (Meac), da Universidade Federal do Ceará (UFC). Os médicos acreditam que as mortes tenham sido provocadas por infecção hospitalar. De acordo com o diretor clínico da maternidade, Manoel Oliveira Filho, a superlotação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal pode ter contribuído para o surgimento da infecção.

O secretário de Saúde do Ceará, Anastácio Queiroz, lamentou as mortes e disse que o governo estadual vai aumentar a oferta de leitos na rede pública. ?Dentro de três meses estaremos inaugurando um hospital em Messejana com mais cinco leitos de UTI neonatal?, informou.

A capacidade máxima da Meac é para 22 crianças, mas há 27 internadas. Um foco de infecção foi detectado na ala B da Unidade Neonatal III e a diretoria da Meac decidiu interditá-la para assepsia. Além da sala que foi interditada, o prédio tem apenas mais uma, com 12 leitos, para tratamento de prematuros de alto risco. Na primeira, com 10 vagas, há sete crianças internadas, na outra, para 12, estão 20 bebês em estado grave.

Oliveira Filho disse ter procurado, na última sexta-feira, vagas em UTIs neonatal de outros hospitais públicos de Fortaleza para transferir os bebês, mas não conseguiu. ?Temos uma emergência aberta e a população da grande Fortaleza procura a assistência da Maternidade Escola. Há horas que por mais que não queiramos receber uma gestante dessas na emergência não podemos rejeitar, pois são pacientes que não têm para onde ir?, queixa-se o diretor.

Em novembro de 1996, 48 bebês prematuros morreram com infecção hospitalar contraída na Meac por causa da superlotação.

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