Número de ocupações cai 65% em junho

Brasília – Depois que os líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) participaram de uma solenidade no Palácio do Planalto, na qual evitaram críticas ao governo e anunciaram apoio ao PT nas eleições municipais, os sem-terra reduziram em 65% as invasões de terra em junho, caindo das 48 ocupações de maio para 17 no mês passado.

É o menor número de invasões dos movimentos que lutam pela reforma agrária desde o “abril vermelho” de João Pedro Stédile, principal líder do MST. Este é o relatório da Ouvidoria Agrária Nacional. Em abril, foram registradas 109 invasões. As 17 invasões em junho ocorreram no Pará (4), em Pernambuco (3), em São Paulo (3), em Minas Gerais (2), no Paraná (2), em Santa Catarina (1), no Maranhão (1) e no Piauí (1).

Ocupações

O MST foi responsável por nove invasões; a Federação dos Trabalhadores na Agricultura por quatro ocupações; a Organização de Luta no Campo por duas; o Movimento de Libertação dos Sem Terras (MLST) por uma; e um movimento independente por uma. O comando do MLST foi recebido semana passada, no Palácio do Planalto pelo presidente. Desde o início do ano até junho foram registradas cinco mortes decorrentes de conflito agrário: duas em Pernambuco e uma no Pará, Rondônia e Paraná.

A redução do número de ocupações reforça as críticas que vêm sendo feitas por integrantes da bancada ruralista do Congresso Nacional, que apontam uma ligação entre o MST e o PT. No entendimento dos deputados, o governo federal estaria dando tratamento privilegiado ao MST, em detrimento dos grandes propritários de terras.

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