Novos cargos não elevarão gastos, diz PT

Brasília – O ministro indicado do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, afirmou que a criação de novos Ministérios e Secretarias no futuro governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, não representará aumento de gastos. “Haverá um remanejamento de cargos já existentes, e, portanto, não haverá aumento de despesas, e sim uma realocação”, disse Mantega ao deixar o Ministério do Planejamento, onde conversou com o atual titular da pasta, ministro Guilherme Dias.

O futuro ministro disse seu ministério terá papel importante no futuro governo Lula, já que estará centrado na tentativa de elaborar um plano de longo prazo para o País. “Precisamos pensar o futuro do País, e isso significa fazer planejamento para quatro, oito ou dez anos”, afirmou. Mantega disse ainda que fará um exame detalhado de todos os projetos que estão sendo conduzidos hoje pelo Ministério do Planejamento e adiantou que alguns serão mantidos e aperfeiçoados. Esses projetos, segundo ele, referem-se às áreas de educação, infra-estrutura, transportes e setor hidrelétrico.

Funcionalismo

O ministro indicado informou que, no seu encontro com Guilherme Dias, não foram discutidos possíveis reajustes para os salários do funcionalismo público. “Temos que nos debruçar sobre o Orçamento aprovado e avaliar o que a receita projetada comporta”. Mantega observou que é necessária uma análise minuciosa sobre o cenário econômico, que permitirá ou não ao País voltar a crescer. Sobre a escolha dos integrantes de sua futura equipe, Mantega disse que pretende conversar com os atuais técnicos do Planejamento para fazer uma avaliação do quadro atual de pessoal. “Profissionais de bom nível serão mantidos, os que estiverem dispostos a vestir a camisa do País serão mantidos”, acrescentou.

Mantega contou que os projetos terão que ser elaborados de acordo com metas básicas de criação de emprego, desenvolvimento sustentável e combate à fome.

Ele afirmou, ainda, que alguns projetos de longo prazo não serão interrompidos, como os das áreas de educação, transportes e infra-estrutura. Ele frisou ainda que o presidente Lula assume em um ano em que será elaborado um novo Plano Plurianual para os próximos quatro anos.

Lula define qual terno usará na posse

São Paulo

(AE) – O presidente leito Luiz Inácio Lula da Silva reservou parte da tarde de ontem para se dedicar às roupas que utilizará em sua posse, no dia 1º. Lula recebeu no Instituto de Cidadania, no Ipiranga, zona sul de São Paulo, o estilista Ricardo Almeida e a produtora Nazareth Amaral, que levaram dois novos ternos para ajustá-los ao manequim do presidente eleito. Segundo Almeida, Lula poderá escolher entre três ternos, quatro camisas e seis gravatas a sua roupa da posse.

Ricardo Almeida é responsável pelas vestimentas de Lula desde a época da campanha. Ele foi apresentado ao presidente eleito pelo publicitário Duda Mendonça. Desde então, já fez 12 ternos para Lula. Nazareth é a produtora pessoal do presidente eleito.

Sem exagero

“Ele é comedido, não é de ficar esbanjando”, disse ela referindo-se ao pouco apego de Lula a detalhes de roupa. “Mas ele quer estar sempre bem vestido e eu acho que a gente tem acertado porque a imprensa tem falado bem da roupa dele”, disse ela. Segundo Almeida e Nazareth, Lula tem mantido o mesmo manequim desde a época da campanha. “Acho que agora ele vai emagrecer, porque o médico disse que está precisando”, disse o estilista.

Segundo ele, o presidente eleito não usa o terno-padrão. Sempre faz ajustes para moldá-lo ao corpo. O estilista e a produtora ainda brincaram com o fato de muitos acharem que Lula vestia Armani. “O pessoal via que ele estava bem arrumado e deduzia que a marca era estrangeira, mas Lula defende a indústria nacional”, disse Almeida. Os dois não revelaram as cores dos três ternos, mas disseram que normalmente sempre preparam três opções: cinza, azul-marinho e preto”, disse Nazareth.

Presidente da Câmara espera diálogo

Agência Câmara

– O presidente da Câmara, deputado Efraim Morais, defende o entendimento entre os poderes Legislativo e Executivo, para que haja consenso com relação à aprovação das reformas necessárias ao País. Para ele, as diferenças ideológicas e partidárias devem ser deixadas de lado, porque acima de tudo está o Brasil. “Nós estaremos discutindo a reforma tributária, a reforma política, a reforma administrativa, que deverão acontecer.

O Congresso terá muito trabalho, e vai aprovar o que considerar bom para o Brasil”, afirma Efraim.

As reformas da Previdência e das leis trabalhistas também são consideradas prioritárias pelo presidente eleito. A expectativa é de que as propostas do próximo governo em relação a todas essas reformas sejam encaminhadas ao Congresso ao longo de 2003.

Equipe terá 11 barbudos

Brasília

(AE) – Com a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os barbudinhos vão de fato assumir o poder. Dos 26 ministros, 11 usam barbas, além do próprio Lula. No Palácio do Planalto, haverá predominância de “luízes”: o presidente Luiz Inácio, o secretário-geral do Planalto, Luiz Dulci, e o secretário de de Comunicação de Governo, Luiz Gushiken, e de “silvas: de novo Lula e o vice José Alencar. A primeira-dama e a vice-primeira-dama se chamam Marisa.

No Ministério há três “josés”: José Dirceu, futuro ministro-chefe do Gabinete Civil, José Graziano, que será ministro da Segurança Alimentar, e José Viegas, que ocupará o Ministério da Defesa. O futuro secretário da Pesca é José Fritsch, o quarto “josé” da equipe do primeiro escalão de Lula. O futuro Ministério tem ainda três mulheres: Dilma Roussef de Minas e Energia, Marina Silva, do Meio Ambiente, e Benedita da Silva, de Assistência e Promoção Social. E três negros: Benedita, Marina e o ministro da Cultura, o cantor e compositor Gilberto Gil.

Barbudos

Os 11 barbudinhos são: Antonio Palocci, futuro ministro da Fazenda; Ricardo Berzoini, ministro da Previdência; Humberto Costa, da Saúde; Celso Amorim, de Relações Exteriores; Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário; Anderson Adauto, dos Transportes.; Ciro Gomes, da Integração Nacional; Agnelo Queiroz dos Esportes; Jacques Wagner, do Trabalho e Emprego, José Graziano, de Segurança Alimentar, e José Viegas, da Defesa.

Lula chamou para seu Ministério três médicos. Apenas um – Humberto Costa, que também é jornalista – para uma área comum à sua profissão, o Ministério da Saúde. Antonio Palocci, da Fazenda, e Agnelo Queiroz, dos Esportes, são médicos, exercem suas profissões, mas foram deslocados para áreas com as quais não eram íntimos.

Lula conseguiu atender também a todas as regiões ao montar o seu Ministério. O Paraná não foi contemplado com nenhum representante. Da Região Norte, chamou Marina Silva; da Nordeste, Humberto Costa e Ciro Gomes; da Centro-Oeste, Cristovam Buarque e Agnelo. E completou o restante do Ministério com representantes do Sul e do Sudeste.

Ajuste fiscal será maior desafio

São Paulo

(AE) – O atual secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Refinetti Guardia, indicado ontem pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) para assumir a Secretaria Estadual da Fazenda, terá, em 1.º de janeiro, um duplo desafio: manter o ajuste fiscal e adotar uma política financeira que permita o governo de São Paulo retomar investimentos, dar continuidade ao processo de desenvolvimento da economia paulista e criar novos postos de trabalho. Essa missão, segundo Guardia, será atingida com investimentos em tecnologia de informação, com ações para avançar ainda mais na modernização das administrações tributária e financeira e na parceria com a Secretaria Estadual de Planejamento, que será dirigida pelo economista e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Andrea Calabi.

Guardia é doutor em economia pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) e professor licenciado do Departamento de Economia da Faculdade de Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).

Assessor

Antes de assumir a secretaria do Tesouro Nacional, ele foi secretário-adjunto do Tesouro, assessor especial do Ministério da Fazenda, secretário-adjunto da Secretaria de Política Econômica e assessor do Ministério do Planejamento, entre outros cargos que ocupou no governo de São Paulo.

O governador Geraldo Alckmin determinou a manutenção do ajuste fiscal, mas uma outra meta do governo é o desenvolvimento econômico. Na prática, como o senhor fará para atingir os dois objetivos?

Eduardo Refinetti Guardia confirma que o ajuste fiscal será prioridade par o governo e que ele também vai busca a trans parência da máquina pública. “O ajuste fiscal já é uma conquista do Estado de São Paulo. Nosso desafio é manter essa situação fiscal bastante positiva e avançar na área da transparência fiscal. Não só a eficiência do gasto, mas uma política fiscal responsável”, afirmou.

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