Nove presos morrem tentando fugir

São Paulo – O Corpo de Bombeiros encerrou no final da tarde de ontem as buscas no túnel feito por presos da Penitenciária do Estado, que desabou no domingo. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, os corpos dos nove mortos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal e ainda não foram identificados. No total, 87 detentos fugiram pelo túnel, dos quais nove morreram soterrados no desabamento, 48 foram recapturados e a polícia ainda tenta recapturar 30 foragidos.

Aproveitando o dia de visitas, os presos saíram por um buraco em uma oficina desativada da prisão. Durante a fuga, parte do túnel, que tinha a saída numa casa desocupada e passava pelo esgoto, desabou e soterrou os nove presos, que acabaram morrendo por asfixia. Segundo informações dos bombeiros, o túnel foi escavado de fora para dentro da penitenciária, tinha ventilação e revestimento de cimento.

Vários detentos foram tirados pela polícia de dentro das galerias de esgotos. Alguns feridos e sujos de lama e esgoto. Foi grande a confusão nas proximidades do presídio. Como era dia de visitas, havia grande movimentação de familiares dos detentos, a maioria mulheres e crianças, que se apressaram em sair do local, em meio a viaturas e cavalos da polícia. A central 190 da Polícia Militar recebeu, pouco antes das 14h, a denúncia de que presos da penitenciária estavam saindo de bueiros.

O governador Geraldo Alckmin ao tomar conhecimento do episódio afirmou que não via relação entre a fuga de detentos ocorrida domingo e os ataques contra bases policiais que ocorrem no Estado há uma semana. Segundo ele, a Penitenciária do Estado tem mais problemas que outros presídios por estar em área urbana, ligada a uma ampla rede de esgotos, e será desativada tão logo sejam construídos 11 novos presídios. O governo do Estado planeja construir esses presídios em parceria com a iniciativa privada. “Não vejo nenhuma relação com o episódio da Penitenciária do Estado. Não tivemos nenhuma rebelião, embora tivéssemos informação de que havia essa possibilidade”, disse o governador.

Enquanto isso, os ataques às unidades da polícia paulista prosseguem. Uma base comunitária e o prédio de um Batalhão da Polícia Militar foram atingidos por tiros na madrugada de ontem em São Paulo. Mais de 40 ações contra as polícias Civil e Militar e a Guarda Civil Metropolitana foram registradas no Estado desde o último domingo. Três PMs morreram nos ataques. A base comunitária da 3ª Cia do 35.º Batalhão do Interior em Campinas (95 km de SP), na estrada Velha Campinas-Indaiatuba (SP-073), no bairro de Pedra Branca, foi atingida por aproximadamente 14 disparos por volta da 1h.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou ontem que 25 pessoas já foram presas acusadas de envolvimento nos atentados a bases da Polícia Militar nos últimos oito dias. Ao todo, seis casos já foram esclarecidos, segundo a secretaria.

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