Nem metade dos alunos retorna à escola depredada

Ronda escolar, novas grades nas salas, porta de ferro nos banheiros, paredes e lousas pintadas, vidraças repostas e esfihas feitas na hora. Foram muitas as novidades, mas nem a metade (“mais de 100”, segundo a Secretaria de Educação) dos 270 alunos participou ontem do “renascimento” da Escola Estadual Amadeu Amaral, no Belém, zona leste de São Paulo. A unidade estava fechada desde a última quarta, após o quebra-quebra que acuou professores e terminou na polícia.

A “volta às aulas” da Amadeu começou às 7 horas. Um inspetor identificava funcionários e estudantes um a um. A Secretaria Estadual de Educação confirmou ontem a transferência de 11 alunos, cinco deles ainda sem destino certo. Eles foram considerados pivôs da depredação e do conflito.

Ao encontrar as classes quase vazias às 7 horas, quatro estudantes da 8ª série não quiseram assistir às aulas. “Achei bom ter quebrado. Tá tudo novinho agora, parece outra escola, mas o clima tá estranho, não tem quase ninguém lá dentro”, disse uma delas, E.L., de 14 anos.

Alunos jogaram algumas pedras nos fotógrafos de plantão. Funcionários se negaram a falar. “Eles não estão com medo dos alunos, mas querem mais autonomia pedagógica, estão se sentindo controlados”, disse Maísa Lima, diretora da Apeoesp, que estava na escola. As informações são do Jornal da Tarde.