Mulheres pobres morrem no parto

Nairóbi – A falta de boas instalações hospitalares nos países pobres é fatal para mais de meio milhão de mulheres por ano – uma por minuto -, revelou ontem a Organização Mundial da Saúde (OMS), alertando que as mortes evitáveis atingiram níveis de epidemia. “A cada minuto, a cada dia, pelo menos uma mulher morre ao dar à luz nos países em desenvolvimento”, informou a OMS em documento divulgado em Nairóbi. A OMS culpou a crise pelo “cuidado indisponível, inacessível ou de baixa qualidade”, afirmando que as principais causas de mortes maternas em países pobres são hemorragia, infecções, problemas hipertensivos, obstrução no trabalho de parto e abortos feitos sem cuidados.

Segundo a agência da ONU, “as mortes maternas são subestimadas em até 50% ou porque estas não são corretamente classificadas ou não são contabilizadas”.

“Se as mulheres mortas não são contabilizadas, então parece que elas não contam. Atingimos uma epidemia”, disse o diretor-geral da OMS para Família e Saúde Comunitária, Joy Phumaphi.

“As mulheres não deveriam morrer ao dar à luz, suas mortes são evitáveis, mesmo nos países mais pobres”, disse.

“Sessenta e dois países não são capazes de fornecer estatísticas confiáveis sobre as mulheres que estão morrendo na gravidez, no parto e após o parto”, disse Phumaphi.

“A epidemia é invisível. Porque os governos não são capazes de dizer quantas mulheres morrem, eles não percebem quais são os problemas e nenhum passo é dado para resolver este problema ou aliviar o sofrimento destas mulheres”, disse.

De cada cem mil nascidos vivos, 830 mães morrem na África, 330 na Ásia, 190 na América Latina e no Caribe e apenas 20 no mundo desenvolvido, que é representado por uma média de 400 mortes em todo o mundo, segundo dados da ONU.

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