Mudança de sexo pelo SUS deverá ter apoio psicológico

As cirurgias de mudança de sexo realizadas na rede pública de saúde, anunciada há dois meses pelo ministro da Saúde José Gomes Temporão, estabelece as diretrizes para que o serviço seja oferecido: instituições interessadas terão de fazer o credenciamento e equipes precisam ser treinadas. A proposta é criar uma rede de atenção em que o paciente recebe também assistência psicológica.

No entanto, ainda vai levar um tempo para que a cirurgia possa ser realizada “Há todo um processo ainda a ser percorrido”, avisou Temporão. E não há prazo para que tudo isso seja feito. Entre as questões que precisam ser acertadas estão a forma de financiamento do serviço, quais as exigências que serão fixadas para os centros responsáveis por esse tipo de atendimento. A idéia inicial é que a cirurgia seja feita em instituições de pesquisa, respeitando as indicações já estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina.

A política prevê que os centros ofereçam mais do que a simples cirurgia. A rede de atenção para os pacientes terá também tratamento no caso de problemas decorrentes ou correlatos à cirurgia, além de assistência psicológica – que pode ser concedida tanto antes quanto depois da operação. “Toda uma estratégia terá de ser criada”, disse Temporão.

A portaria determina ainda que equipes destacadas para fazer esse tipo de atendimento terão de ser treinadas para garantir uma assistência livre de discriminação. Temporão afirmou que toda a política terá de ser acertada com representantes de Estados e municípios. As cirurgias para mudança de sexo foram liberadas em 1997. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.