O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) inicia hoje (17) várias manifestações pelo país para marcar a luta contra a violência no campo e assassinatos de agricultores. As ações vão ocorrer em 1,8 mil cidades.

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Os protestos fazem parte do Abril Vermelho, jornada de lutas do MST, que ocorre sempre no mês de abril, para lembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, quando 21 trabalhadores rurais foram mortos em um confronto com a Polícia Militar do Pará.

Em Pernambuco, 12 rodovias foram bloqueadas, segundo o movimento. Em Porto Alegre, a Secretaria Estadual de Educação foi ocupada por sem terras que pedem maior investimento governamental na educação. Em Fortaleza, os manifestantes ocuparam a sede do Departamento Nacional das Obras Contra as Secas, para negociar a situação de camponeses afetados pela estiagem.

Em Brasília, os sem-terra, em parceria com servidores do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), distribuíram duas toneladas de alimentos produzidos em acampamentos e projetos de assentamento. Foram entregues cerca de 800 sacolas com quiabo, feijão de corda, mandioca, batata doce, chuchu, abóbora e abobrinha verde. Para Reginaldo Marcos Aguiar, diretor da Associação dos Servidores da Reforma Agrária em Brasília, a parceria é para mostrar “que a luta por essa reforma não é só uma luta política, mas também tem o objetivo de deixar claro que os assentamentos da reforma agrária, do Incra e da agricultura familiar produzem alimentos de qualidade, sem agrotóxico e sem causar mal a quem os consome”.

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Por volta das 10h, cerca de 500 sem-terra marcharam na Esplanada dos Ministérios em memória aos trabalhadores mortos no Massacre de Eldorado dos Carajás. No ato, eles carregavam caixões e cruzes.