MST ocupa prédio do Incra em Porto Alegre

Cerca de 600 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam nesta quinta-feira (24) o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre para pedir que o governo federal apresse o assentamento de mil das 2,5 mil famílias acampadas à beira de estradas no Rio Grande do Sul.

A decisão de acampar nos corredores do edifício de oito andares, localizado na região central da capital gaúcha, foi o último ato de uma manifestação que havia começado ao amanhecer, quando o grupo deixou o ginásio do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas (RS) e iniciou uma caminhada de 12 quilômetros, até a sede do Incra.

O deslocamento dos trabalhadores rurais sem-terra provocou um congestionamento de cerca de dez quilômetros no trecho mais movimentado da Rodovia BR-116 no Estado. Na entrada da capital, o grupo foi revistado pela Brigada Militar, que não encontrou armas entre os manifestantes.

O superintendente regional do Incra, Mozar Dietrich, afirmou a uma comissão dos sem-terra que o prazo para o assentamento de mil famílias, segundo acordo fechado em novembro e vencido em abril, teve de ser prorrogado até setembro porque o instituto encontrou dificuldades para desapropriar e adquirir terras no Estado.

Os trabalhadores consideraram a informação “repetitiva” porque sabiam dela, de reuniões anteriores, e anunciaram que ocupariam o edifício. Os que estavam no pátio entraram e estenderam os colchonetes nos corredores da sede. Funcionários do Incra afirmaram acreditar que o trabalho não será interrompido. Assim como em invasões anteriores, os sem-terra ficaram nos corredores e prometem não bloquear o acesso às salas.

“Ficaremos aqui para pressionar o governo federal a oferecer garantias de que vai acelerar os assentamentos no Estado”, disse o líder Gilson Rodrigo de Almeida, da coordenação estadual do MST. Na caminhada, os manifestantes também protestaram contra o que qualificam de “criminalização do movimento social” no Rio Grande do Sul. Os sem-terra queixam-se da ata de uma reunião do Conselho Superior do Ministério Público, que pediu o encaminhamento de uma ação de dissolução do movimento à Justiça.

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