MST leva exigências a Lula e não promete nada

Brasília

– Vinte e nove representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) estiveram ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, onde entregaram uma pauta de reivindicações dividida em cinco pontos: terra, assentamentos, educação, direitos humanos e combate à impunidade e preocupações gerais.

Os sem-terra pedem o assentamento de um milhão de famílias no período de 2003 a 2006 e 120 mil pessoas este ano. O líder do governo na Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), disse que Lula não tratou sobre as invasões de terra que estão ocorrendo em vários Estados. O presidente também não fez nenhum apelo para que o MST pare com as invasões. “O governo não pretende interferir na autonomia dos movimentos sociais. O governo não pediu trégua”, disse.

Entre outras coisas (vide quadro abaixo), os sem-terra pedem um plano nacional de reforma agrária e o fortalecimento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O governo federal disse que está disposto a negociar com o MST para promover a reforma agrária no País, mas quer ter garantias de que haverá diminuição de invasões e violência no campo. A informação foi dada depois pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto,. Ele disse que não se discutiu trégua de invasões e saques durante o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o MST, mas o governo deixou claro que as negociações só vão continuar se as ações de violência diminuírem. “Não trabalharemos se não houver uma diminuição dos conflitos agrários “, garantiu o ministro.

Rosseto adiantou que o governo já tomou medidas para evitar mais violência nas regiões de conflito agrário, como o envio de policiais federais para conter os trabalhadores sem-terra e os fazendeiros e o início do processo de qualificação dos assentamentos. Sobre as ações de fazendeiros que incitam a violência contra o MST, o ministro disse que ” essas manifestações são absolutamente minoritárias ” e já foram, inclusive, condenadas pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Os próprios trabalhadores sem-terra também reconhecem que as ações são minoritárias e não refletem a postura da maioria dos produtores agrícolas do país, disse o líder dos sem terra, Gilmar Mauro.

Um dos principais coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST), João Pedro Stédile negou que se trate de uma orientação da direção nacional do movimento a onda de saques no Nordeste. Mas reafirmou que as invasões vão continuar e que não tratou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de uma trégua dos sem-terra.

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