MST descarta novas invasões no Pontal

São Paulo – O coordenador regional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) em Presidente Epitácio, Manoel Messias Bispo de Oliveira, garantiu que não pretende fazer ocupações na região do Pontal do Paranapanema. “Se nós fizéssemos ocupações, estaríamos batendo na cara de um governo que ajudamos a eleger”, disse.

Messias é um dos responsáveis pelo superacampamento que o MST monta na região de Presidente Epitácio, no interior de São Paulo. Até a quinta-feira, cerca de 600 famílias já estavam acampadas no local. “Estamos fazendo um trabalho social voltado para os desassistidos de Presidente Epitácio e região”, informou.

O discurso do coordenador diverge do que o MST vem fazendo até agora. Em março deste ano, quando o movimento promoveu uma série de ocupações pelo País, a direção nacional disse que iria manter a política de ocupações e não daria trégua ao governo do PT, apesar de considerá-lo aliado. Desde o início da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, o MST já promoveu cerca de 35 ações em todo o País, entre ocupações, bloqueio de rodovias e invasões de prédios públicos.

Para o coordenador regional, a função do acampamento é “organizar o pessoal e mostrar ao governo a quantidade de pessoas que precisam da reforma agrária” e não fazer ocupações em fazendas ou prédios públicos. Messias afirma que as famílias que chegam ao acampamento preenchem um cadastro informal que depois será repassado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

As cerca de 600 famílias acampam na beira da SPV-35, que liga Presidente Epitácio a Teodoro Sampaio, e ocupam 2,4 mil metros ao longo da rodovia. O local foi batizado de “Acampamento Jair Ribeiro” em homenagem a um parente de um antigo militante da região. A infra-estrutura do acampamento está sendo montada. Os acampados já contam, por exemplo, com dois ônibus que levam as crianças para escolas em Presidente Epitácio. De acordo com Messias, os integrantes do movimento continuarão a usar a infra-estrutura do município, já que a maioria morava lá antes de seguir para o acampamento.

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