O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para apurar um aumento de 460% no número de multas na rodovia João Cereser, que liga Jundiaí a Itatiba, no interior de São Paulo. Em um trecho de cinco quilômetros, foram aplicadas 35.777 multas por excesso de velocidade de janeiro a julho deste ano, média de 5.111 multas por mês. No mesmo período do ano passado, foram 6.382, média de 911 por mês, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

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No trecho, onde operam radares fixos e móveis, o limite de velocidade varia quatro vezes, de 40 km/h para 100 km/h. A variação inclui limites de 60 e 80 km/h. O promotor de Justiça Claudemir Battalini, responsável pela investigação, quer saber se a fiscalização transformou o local em “indústria de multas”, segundo suas palavras. “Se o objetivo foi criar um ponto de vulnerabilidade para surpreender os motoristas, vamos atuar para coibir”, disse.

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Conforme os dados do DER, houve uma ocasião em que, em duas horas, um policial rodoviário aplicou 874 multas em um trecho com limite de 60 km/h. Battalini enviou pedidos de explicações à Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) e ao DER. O objetivo é saber se os limites definidos para essa rodovia são compatíveis com os de outras estradas. Se houver irregularidade, ele pode pedir a anulação das multas.

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Um só

A Artesp informou que está concluindo estudos com a concessionária para unificar os limites de velocidade no trecho, uma vez que foram instaladas novas passarelas para pedestres e estão sendo feitas adequações na pista. A agência já prestou as informações requeridas pelo MP. Já as multas são aplicadas pela Polícia Militar Rodoviária e pelo DER. Segundo a Artesp, os limites de velocidade são definidos por estudos técnicos, levando em conta fatores como traçado e número de pistas, existência ou não de vias marginais e interferências urbanas, sempre com o objetivo de melhorar a segurança e evitar acidentes.