Mesmo presos desde o último dia 22, dois acusados de liderar a principal milícia da zona oeste do Rio de Janeiro estão ameaçando moradores de Rio das Pedras, bairro sede da organização, para que não colaborem com as investigações da polícia, segundo informações obtidas pelo Ministério Público do Estado (MP-RJ). Por causa disso, o MP-RJ solicitou à Justiça a transferência do major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira e do subtenente reformado Mauricio Silva da Costa do Batalhão Especial Prisional, em Niterói (Região Metropolitana), onde eles estão detidos, para um presídio federal de segurança máxima.

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O pedido, apresentado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela 23ª Promotoria de Investigação Penal do MP-RJ, foi encaminhado ao juiz do IV Tribunal do Júri, Gustavo Gomes Kalil.

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Como o processo tramita em segredo, a Justiça do Rio não informou até a tarde desta sexta-feira (1) se o pedido foi atendido ou não. Segundo o jornal “O Globo”, Kalil autorizou a transferência, mas o dia em que ela vai ocorrer e o presídio para onde os dois acusados serão mantidos em sigilo, por segurança – para evitar tentativa de resgate deles, por exemplo.

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O Ministério Público baseou seu pedido na informação de que um policial militar que é sobrinho de Costa está fazendo visitas constantes aos dois presos para levar informações sobre moradores da comunidade, na tentativa de constranger pessoas que eventualmente estejam colaborando com as investigações.

Além dos dois presos, o MP-RJ acusa outras 11 pessoas de integrar uma milícia na zona oeste do Rio. O grupo criminoso atuaria em grilagem de terras, agiotagem, extorsão de moradores e comerciantes e ainda na construção, venda e locação de imóveis em Rio das Pedras. Também é investigada a possível ligação desse grupo com os assassinatos da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.