Um grupo de 12 promotores de São Paulo encaminhou uma representação ao procurador-geral de Justiça do Estado, Gianpaolo Smanio, pedindo investigação criminal do secretário estadual do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Eles apontam possíveis crimes de coação no curso do processo e de usurpação de função pública no caso da Área de Proteção Ambiental (APA) Várzea do Rio Tietê.

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Mudanças no plano de manejo da APA, que tornaram a área menos protegida supostamente para favorecer a indústria, já são alvo de inquérito civil contra o secretário, no qual ele é acusado de ato de improbidade administrativa. A investigação foi fundamentada após depoimentos de funcionários da Fundação Florestal, que relataram terem sofrido pressão para fazer as alterações.

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Ao negar as acusações, Salles disse que instauraria uma sindicância para averiguar as supostas pressões. Na ocasião, disse que não toleraria esse tipo de comportamento na secretaria e insinuou que as testemunhas teriam sido induzidas pelos promotores envolvidos na investigação a darem tais declarações.

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No entendimento dos promotores, isso configura coação. Na representação, eles escrevem: “Há indícios suficientes de que o representado (Salles) está abusando do poder sobre seus subordinados, para pressionar tais servidores e quaisquer outros que queiram contribuir com as investigações a não o comprometerem em futuros depoimentos.” Em outro trecho, dizem: “O que o que se pretende é tão somente angariar/forjar provas, por meio de pressão/coação sobre os funcionários que foram e/ou serão ouvidos, de suposta pressão por parte dos promotores de Justiça”.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secretaria do Meio Ambiente afirmou que “o secretário Ricardo Salles respeita o princípio constitucional da separação dos poderes e, portanto, a decisão do Ministério Público de encaminhar as investigações da forma que entender mais conveniente, da mesma forma que continuará atuando da maneira que acredita ser mais correta à frente da pasta”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.