O Ministério Público Federal (MPF) do Estado do Rio de Janeiro entrou ontem com uma ação no Tribunal de Justiça (TJ) pedindo que a concessionária Supervia resolva os problemas técnicos apresentados em seus trens em, no máximo, 48 horas. A multa requerida em caso a decisão não seja cumprida é de R$ 100 mil por dia, segundo o MPF. O órgão quer também que a Justiça condene a empresa a reparar os danos morais e materiais causados aos consumidores, recolhendo a quantia de, no mínimo, R$ 1 milhão ao Fundo de Reconstituição dos Bens Lesados, para garantir este pagamento.

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Por intermédio do promotor Carlos Andresano, titular da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor do Contribuinte da Capital, o MPF solicitou que a empresa resolva todos os problemas técnicos de suas composições ferroviárias ou retire de circulação os trens que não apresentarem condições seguras de trafegabilidade.

 

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Após analisar várias imagens de panes em trens da companhia, inclusive em Nilópolis, onde um defeito na composição obrigou os passageiros a ficarem cerca de 20 minutos trancados nos vagões, o MPF classificou como ineficiente e inadequado o serviço ferroviário oferecido pela prestadora. O promotor de Justiça Carlos Andresano destacou que a má prestação frustra a população e é a causa de revoltas e tumultos.

 

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O órgão ressalta ainda que o incidente em Nilópolis, que terminou em tumulto depois que o maquinista responsável pelo trem o abandonou, não foi um episódio isolado. De acordo com o MPF, reclamações contra atrasos constantes, má condição dos vagões e panes generalizadas evidenciam o colapso no sistema de trens capitaneado pela concessionária. Carlos Andresano lembrou ainda que nem o preço da passagem (R$ 2,50) serve como desculpa, já que a tarifa cobrada está no mesmo patamar de outras modalidades de transportes urbanos.

 

O MPF exige ainda da concessionária que respeite a integridade física e psicológica dos usuários, adotando medidas de segurança adequadas, como a previsão de resgate em casos inevitáveis de pane e a prestação de informações aos passageiros por meio de sistema de som apropriado e de funcionários qualificados, a fim de se evitar o pânico.