MP denuncia diretores do Rural

Belo Horizonte – O vice-presidente do Banco Rural, José Roberto Salgado, cinco executivos e um ex-diretor da instituição financeira foram denunciados ontem, pelo Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais por gestão fraudulenta e formação de quadrilha. A ação penal foi ajuizada na 4.ª Vara da Justiça Federal, em Belo Horizonte, que vai decidir se acata ou não a denúncia. Os procuradores da República identificaram no período de abril de 1996 e janeiro de 2000 um total de US$ 4,8 bilhões enviados para o exterior por meio de contas CC-5.

De acordo com o procurador Rodrigo Leite Prado, um dos autores da ação, deste montante, pelo menos US$ 192 milhões foram enviados por meio de ?laranjas? a título de constituição de disponibilidade no exterior e teriam origem ilícita, conforme análise pericial feita pela Polícia Federal (PF). ?É um esquema muito semelhante ao praticado pelo Banestado, de manipulação da carteira de câmbio?, disse Prado.

Os procuradores envolvidos na investigação constataram que o Rural mantinha duas carteiras de câmbio em endereços diferentes na capital mineira. Uma ?oficial? e outra qualificada de ?não convencional?, que funcionava no edifício Tratex, na Rua Rio de Janeiro, região central da cidade, sede da diretoria do banco. Segundo Prado, o Rural oferecia a interessados a possibilidade de evasão de divisas, arregimentando ?laranjas?, que serviam para ?afastar a possibilidade de rastreamento da operação ilegal?. O MPF contabilizou 378 ?laranjas? arregimentados no período pelo banco mineiro. As contas eram abertas para a finalidade ou eram utilizadas para as operações irregulares com contas inativas de pessoas jurídicas em outros bancos ou no próprio Rural.

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