O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) ofereceu hoje quatro denúncias por homicídios qualificados registrados como autos de resistência. Oito policiais militares são acusados de matar seis pessoas durante incursões em comunidades. Em todas as denúncias, o MP requereu a suspensão do exercício da função e a cassação da autorização de porte de arma de fogo.

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O promotor Alexandre Themístocles, titular da 6ª Promotoria de Investigação Penal (PIP) da 1ª Central de Inquéritos, também solicitará a instauração de inquéritos de improbidade administrativa visando à perda definitiva dos cargos públicos. Na época dos crimes, todos os PMs estavam lotados no 16º Batalhão (Olaria). As penas variam de 12 a 30 anos de prisão, por cada vítima exterminada.

Em todos os casos, logo após a execução das vítimas, os PMs tentaram impedir a realização de perícia no local dos crimes, sob o pretexto de prestar ajuda. Eles simularam hipóteses de socorro levando os cadáveres aos Hospitais Getúlio Vargas e Carlos Chagas.

Em uma das denúncias, consta que no dia 6 de setembro de 2007, dois policiais mataram dois homens em Vigário Geral. Um deles levou 19 tiros – sendo cinco na cabeça – e a outra vítima foi alvejada por sete disparos.

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“O contexto probatório, sem sombra de dúvida, revela situação de extrema gravidade em que policiais militares em serviço atuaram em atividade típica de grupo de extermínio. O proceder ilícito dos denunciados, agentes da Segurança Pública, viola princípios fundamentais de Direitos Humanos e exige reprimenda sob pena de se colocar em risco a credibilidade do próprio Estado Democrático de Direito”, disse o promotor.