Motim no Rio termina com oito mortos

Rio – Oito pessoas morreram ontem durante o motim numa das celas da galeria A do Presídio Ary Franco. O tumulto começou por volta das 7h30, na hora do confere matinal. Presos de uma mesma facção fizeram dois agentes reféns e pegaram as chaves das celas. Depois, eles executaram com golpes de estoque oito desafetos da mesma facção. Os 38 presos, da cela 20, que participaram da rebelião usaram facas artesanais. A negociação foi feita por funcionários da Secretaria de Administração Penitenciária. O secretário Astério Pereira dos Santos, ao saber das oito mortes, autorizou a invasão da unidade, caso os presos não se entregassem.

A invasão não chegou a acontecer. Segundo o diretor da unidade, major Alexandre Azevedo de Jesus, após executarem a ação, os presos entregaram os estoques e se renderam. O Ary Franco tem hoje 1.195 presos e 415 de uma mesma facção criminosa estavam na galeria A. A rebelião durou cerca de duas horas. Os dois reféns ficaram feridos e a Secretaria de Administração Penitenciária abrirá sindicância para apurar a rebelião. O presídio foi cercado por policiais militares e pelo Grupo de Intervenções Táticas (GIT), policiais do Batalhão de Choque e um carro do Corpo de Bombeiros. Um helicóptero deu suporte às operações.

Os presos mortos foram identificados como: André Luis Couto Coutinho, 33, Josélio Canuto, 21, Roberto Alves dos Santos, 25, Fábio Schott Bianchini, 33, Carlos Walace Brasil Teixeira, 36, Sebastião Batista dos Santos Júnior, 35, Luiz Antônio Durval, 31, e Marcelo Rodrigues Matias, 24. O motivo do crime ainda será investigado. Não houve fugas.

No começo de julho, oito presos escaparam do Presídio Ary Franco por uma corda. O presídio já teve outros incidentes este ano, assim como diversas unidades do sistema penitenciário. Em maio, um motim na Casa de Custódia de Benfica terminou no massacre de 30 presos. Em junho, presos da Penitenciária Milton Dias Moreira, no complexo da Frei Caneca, fizeram uma rebelião que terminou com nove presos feridos.

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