A ocorrência de mortes por meningite antes do inverno, estação mais propícia para a doença, põe em alerta os serviços de saúde em cidades do interior de São Paulo. Em Indaiatuba, três pessoas – um adolescente de 17 anos e dois bebês, com 8 meses e 1 ano e 2 meses respectivamente – morreram este ano após contrair a doença.

continua após a publicidade

A última morte aconteceu em maio. Dois óbitos decorreram de meningite bacteriana, o outro foi causado por meningite viral. Uma quarta morte, possivelmente por meningite viral, de um bebê de 1 ano e 2 meses, está em investigação. Houve outros 20 casos em que os pacientes se recuperaram.

A Secretaria da Saúde realiza uma ação em escolas infantis do município e, quando necessário, faz a vacinação dos alunos. Os agentes conferem as carteiras de imunização e orientam os pais sobre as formas de prevenção. O Departamento de Vigilância Epidemiológica afirma que não há razão para alarme, pois os casos em 2019 estão dentro da média histórica. Em 2018, foram 43 casos e três óbitos e, em 2017, houve 51 casos e dos óbitos. A prefeitura informou que acompanha rigorosamente todos os casos suspeitos e confirmados, seguindo os protocolos do Ministério da Saúde.

Em Sorocaba, foram confirmados 58 casos de meningites este ano, sendo 13 de meningites bacterianas, 36 casos virais e 9 de outras etiologias. Do total, quatro evoluíram para óbitos. Apesar dos números, a Vigilância Epidemiológica municipal informou que não há surto na cidade. “Toda suspeita de meningite deve ser notificada para a Vigilância Municipal, que monitora os casos e indica medidas de bloqueio quando necessárias”, informou a prefeitura.

continua após a publicidade

Em Mairinque, um estudante de 11 anos morreu em abril, após contrair a forma bacteriana da doença. A criança havia sido internada com suspeita de picada de animal peçonhento, mas os exames confirmaram a meningite. A Vigilância Epidemiológica fez o bloqueio do caso.

Em São José do Rio Preto, entre as vítimas da meningite está o jornalista Fabiano Fresneda, de 34 anos. Ele morreu em abril deste ano, após permanecer cerca de 50 dias internado na unidade de terapia intensiva do Hospital de Base.

continua após a publicidade

Em Ribeirão Preto, um bebê de 8 meses morreu de meningite bacteriana, no mês passado. Foi a segunda morte pela doença no ano na cidade. Em abril, um bebê de 7 meses foi a óbito após contrair meningite meningocócica. Conforme a Secretaria da Saúde, a cidade teve outros 23 casos da doença este ano.

A cidade de Ilhabela, litoral norte do Estado, o surgimento de cinco casos de meningite levou à suspensão das aulas nas escolas em que as crianças, com idades entre 2 e 4 anos, estudavam. Quatro casos eram virais e um bacteriano, mas todos os pacientes evoluíram para a cura.

Surtos

O Centro de Vigilância Epidemiológica (CEV) da Secretaria de Saúde do Estado informou que não há evidência de anormalidade no cenário epidemiológico da meningite até o momento. “Em casos de surtos localizados, sempre que necessário, as vigilâncias epidemiológicas são acionadas para agir imediatamente na investigação dos casos e providenciar a vacinação de grupos específicos com o objetivo de conter efetivamente a transmissão”, disse o órgão, em nota.