Rio – A delegada Danielle Bessa, do 24.º Distrito Policial (Piedade, zona norte do Rio), pediu ontem a prisão temporária do soldado Cristiano Garcia, acusado de matar três estudantes que participavam de uma festa, na madrugada de anteontem. O acusado se apresentou anteontem à noite e foi levado para o 16.º Batalhão da PM (Olaria), onde é lotado. Segundo a polícia, Garcia confirmou ter efetuado os disparos, mas disse que os tiros foram disparados para o alto, para dispersar um tumulto. As vítimas participavam de uma festa no clube Só na Bola, no Méier (zona norte). Uma discussão entre duas moças teria motivado a confusão.

O secretário de Segurança Pública Anthony Garotinho foi uma das autoridades mais criticadas durante o enterro do estudante Diego Pão Alvo Cardoso, 20 anos, no fim da manhã de ontem, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste. Maria Manuela de Lima, 50, mãe de Caroline de Lima, 18, amiga da namorada de Diego, disse que as mortes dos três estudantes é o reflexo da impunidade que norteia o governo do Estado. “Enquanto os filhos do secretário estão com a integridade física garantida por seguranças pagos pelo povo, os filhos da sociedade estão vulneráveis nas mãos dos criminosos. Cadê o secretário para cuidar dessa situação?”, questionou. Já Célia Santiago Silva, 56, que se identificou como parente de Diego, disse que o PM Cristiano Garcia, acusado nas mortes, apenas apertou o gatilho. “O verdadeiro assassino é o governador e secretário de Segurança Pública, Garotinho, que libera armas e as coloca nas mãos de pessoas despreparadas”, afirmou.

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