Morre Robinho Pinga, um dos chefes do tráfico carioca

Um dos principais traficantes do Rio e chefe da facção Terceiro Comando Puro, Robson André da Silva, o Robinho Pinga morreu na manhã de ontem, com 33 anos. Ele tinha um tumor no cérebro e estava internado havia uma semana no Hospital Municipal Souza Aguiar. A PM reforçou o policiamento no hospital e em favelas da zona oeste após o anúncio da morte do criminoso.

Condenado a mais de 15 anos de prisão por tráfico de drogas e receptação de armas e munições das Forças Armadas, Robinho Pinga estava preso no presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná. Lá o tumor foi diagnosticado. A Justiça autorizou que ele fosse tratado no Rio, num hospital penitenciário. Quando seu estado de saúde se agravou, o traficante foi transferido para o Souza Aguiar, onde já chegou em coma.

Pinga começou a carreira como assaltante. Nos anos 90, tornou-se braço direito do traficante Jorge Roberto da Silva, o Robertinho de Parada de Lucas. Assumiu a gerência de favelas da área em que cresceu, como Rebu, Taquaral e Coréia, em Senador Camará, na zona oeste.

O criminoso expandiu seus domínios. Passou a negociar a compra de armas e drogas diretamente com fornecedores da América Latina e estendeu sua área de atuação para outros estados como São Paulo e Espírito Santo. Em 2002, foi preso em São Paulo, onde morava havia três anos numa mansão. Havia sido pego numa operação que tinha como objetivo o padrinho do seu filho, Paulo César Silva dos Santos, o Linho.Um mês depois foi libertado por habeas-corpus.

Em 2004, a polícia apreendeu armas e munições avaliadas em R$ 500 mil na favela da Coréia. Numa apreensão inédita, a polícia encontrou oito minas terrestres. Pinga voltou a ser preso em dezembro de 2005, em Sorocaba. Na ocasião, foi apresentado à imprensa com uma bíblia nas mãos e negou ser criminoso.

Gordo, com uma cicatriz na orelha esquerda e portador de forte miopia, que o obrigava a usar óculos "fundo de garrafa", Pinga era vaidoso. Não descuidava da aparência porque não queria ser confundido com seus subalternos. Por causa do tumor, que tinha 2 8 centímetros, perdeu muito peso. O corpo do traficante chegou ao Instituto Médico Legal às 13 horas.

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