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Missão nos EUA abre caminho para brasileiros

O sucesso de uma missão internacional de divulgação científica que reuniu astrônomos amadores, estudantes de engenharia e cientistas brasileiros e americanos mostrou o caminho para que um grupo de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) aprimorasse seu principal projeto: desenvolver um balão geoestacionário de grande altitude, que poderá ter aplicações em georreferenciamento, agricultura, ciência espacial e meteorologia, entre outras áreas.

Em agosto de 2017, durante o eclipse total do Sol que cruzou a América do Norte, quatro astrônomos amadores do Clube de Astronomia de Brasília (CAsB) – o professor de Engenharia Elétrica Renato Borges e três alunos na UnB – viajaram para Rexburg, em Idaho (EUA), para registrar pela primeira vez o evento astronômico em 360 graus, tendo como base um balão estratosférico a 30 km de altitude.

A missão foi realizada em parceria com as universidades americanas de Montana e North Dakota e financiada por um programa da Nasa, a agência espacial dos EUA. Selecionados para o projeto, os brasileiros conseguiram recursos por meio de um crowdfunding, espécie de “vaquinha” virtual. A aventura rendeu um vídeo de divulgação científica que será exibido em planetários e abriu caminho para parcerias científicas.

“A ideia do projeto do eclipse era dar uma experiência internacional aos alunos, que é muito importante na área de pesquisa, e fazer divulgação científica. Mas acabamos consolidando uma nova parceria com a Universidade de Montana (EUA) para desenvolver nossa plataforma para um balão estacionário”, conta Borges ao jornal O Estado de S. Paulo. “Enquanto isso, estamos aperfeiçoando um sistema inédito de pouso para esse tipo de balão”, disse.

O primeiro teste ocorreu no sábado, 16. “O projeto começou a sair do papel para levantar voo de verdade”, diz Borges, que coordena o projeto LAICAnSat, do Laboratório de Aplicação e Inovação em Ciências Aeroespaciais (Laica).

Os resultados da missão também resultaram em um artigo científico que foi apresentado em março, nos Estados Unidos, na conferência do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos, a principal associação de engenharia do mundo.

O presidente do CAsB, Augusto Ornella, destaca a importância da experiência. “Nós, como astrônomos amadores, tivemos contato com a academia e pudemos acompanhar de perto o desenvolvimento da tecnologia, dos circuitos e dos softwares da plataforma. Enquanto isso, o pessoal da academia teve a oportunidade de compreender melhor a parte prática da observação do eclipse, na qual temos muita experiência.”

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