Ministros do PT não querem largar as pastas

Brasília – Depois que o presidente do PT, José Genoino, deixou claro que a reforma ministerial certamente será feita com a saída de ministros do PT, cada um tenta defender como pode o seu território. A ministra gaúcha Emília Fernandes, da Secretaria Especial de Políticas da Mulher, não se deixa abater pelas informações de bastidores que dão como certa sua saída do ministério.

Ela enumerou feitos de sua pasta, como a instalação do Conselho Nacional da Mulher e eventos previstos para os próximos dias, como o encontro de representantes de Delegacias da Mulher e dos conselhos estaduais e municipais da mulher no início de dezembro. Emília concorda que o governo deve apostar na composição com outros partidos, mas defende reserva de algumas áreas para petistas.

O ministro Olívio Dutra, das Cidades, garante que qualquer decisão sobre mudança ministerial terá necessariamente que ser discutida de forma serena pelo governo como um todo, e não setorialmente. Segundo o ministro, é importante que forças políticas compromissadas com as mudanças mais estratégicas venham a assumir responsabilidades de governo. “Não é uma questão de cargos, mas de encargos. Esta é uma questão que tem que ser discutida serenamente, sem se fazer um balcão de negócios”, disse Dutra.

O ministro Tarso Genro, da Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, prefere não se alongar no tema. Aceita, entretanto, a teoria do presidente do partido: “A visão mais correta é incluir o partido majoritário nas exclusões do ministério”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai deflagrar as conversas sobre mudanças no Ministério a partir da próxima semana, quando estará de volta de sua viagem à África. Assessores mais próximos a Lula acreditam que a reforma estará definida antes do Natal. O assunto já ganhou a Esplanada dos Ministérios e até contamina o dia-a-dia dos ministérios, com muitos ministros nervosos com a possibilidade de saída.

Uma das idéias de Lula é enxugar a área social. O problema é que se criou muitos ministérios e secretarias especiais para cuidar de programas sociais, que agora estão se superpondo com a unificação das ações sociais em torno do Bolsa Família. A ministra Benedita da Silva e o ministro José Graziano estão ameaçados.

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