Ministro veta dados sobre queda de avião à Polícia Federal

Foto: Divulgação/FAB

Impacto da colisão do Boeing enterrou cilindro de voz.

O ministro da Defesa, Waldir Pires, afirmou que a Polícia Federal terá acesso às informações recolhidas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre a queda do Boeing 737-800 da companhia aérea Gol, no dia 29 de setembro, ?na medida em que a Justiça determinar?.

O ministro disse que o sigilo das investigações conduzidas pelo Cenipa é garantido pela Convenção de Aviação Civil Internacional, conhecida como Convenção de Chicago. ?Foi comunicado ao delegado [Renato Sayão, da Polícia Federal] que há uma norma internacional que impede o repasse de informações consideradas sigilosas para a integridade das investigações. Agora, se ele pedir o material à Justiça, e ela determinar, todas as informações serão encaminhadas?, disse.

Waldir Pires também informou que a caixa de registros de voz do Boeing, encontrada terça-feira, só foi localizada porque detectores de metais estavam sendo utilizados: ?Com a queda, a caixa afundou 20 centímetros na terra. Conseguimos [encontrar] porque a área foi percorrida palmo a palmo?.

De acordo com o ministro, as informações contidas na caixa devem ajudar a esclarecer as causas do acidente. ?O equipamento é importante, mas, a partir da colisão com o jato as gravações devem ser muito curtas. Há a presunção de que as pessoas que estavam no vôo perderam a consciência 20 ou 30 segundos depois do início da queda, devido à descompressão e à extrema velocidade que o avião alcançou na trajetória até o chão?, concluiu.

Até amanhã

O delegado da Polícia Federal Renato Sayão espera receber até amanhã uma resposta da Justiça Federal de Mato Grosso ao seu pedido para que determine que o comando da Aeronáutica envie os registros dos diálogos contidos nas caixas-pretas do jato Legacy, que colidiu com o Boeing da Gol sobre a selva amazônica.

A informação sobre a expectativa do delegado Sayão foi divulgada pela assessoria de imprensa da PF em Brasília. Sayão analisou ontem, no prédio da Coordenação de Aviação Operacional da PF, na capital federal, as transcrições dos diálogos mantidos no dia do acidente pelos controladores de vôo entre si e com os tripulantes do Legacy. Segundo assessores da PF, Sayão pretende começar a ouvir os controladores na próxima semana. 

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