A presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907, Angelita De Marchi, sugeriu nesta quinta-feira (17) ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que as empresas aéreas apresentem em seus endereços eletrônicos a relação de todos os passageiros de seus vôos, uma hora após o embarque.
Para ela, a medida iria reduzir o sofrimento dos que ficam por muito tempo sem saber se algum parente ou amigo está na lista dos passageiros de aviões acidentados. "Não se consegue saber se a pessoa embarcou, fica-se na esperança de ela ter perdido o vôo. Essa relação é importante para minimizar a dor das famílias e pelo menos eliminar uma etapa, porque é tudo por etapas", afirmou, após garantir que a sugestão foi repassada à presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira, que participou da reunião com o ministro.
A criação de uma secretaria especial dentro do Ministério da Defesa, para cuidar da apuração dos acidentes aéreos, foi outra sugestão apresentada, ?porque hoje a gente bate de porta em porta, tentando que alguém nos socorra". Com a secretaria, acrescentou Angelita De Marchi, as autoridades saberiam como proceder, como ajudar, e os familiares saberiam a quem recorrer.
Ela informou ter levado também uma proposta de mudança da lei, ?para que estrangeiros que cometam ou respondam por crimes sejam impedidos de deixar o país enquanto durar a investigação".
No documento entregue ao ministro há ainda uma proposta para que fiquem retidos os valores que as empresas aéreas recebem como seguro de acidentes, até que estejam pagas todas as indenizações. "Assim as empresas teriam mais interesse em fechar acordos e não prorrogar os pagamentos", disse Angelita De Marchi, ao lembrar que essa proposta altera a legislação.
Ela reivindicou providências em relação à apuração das causas do acidente com o vôo 1907 da Gol, em que morreu seu marido Plínio Luiz de Siqueira Júnior. Entre as providências citou a liberação das informações da caixa-preta das aeronaves acidentadas, a apuração de responsabilidades pelo sumiço de bagagens e a investigação e punição dos responsáveis pela distribuição não autorizada de fotos, vídeos e imagens dos despojos. ?A todas essas questões o ministro garantiu que nos dará uma resposta?, disse.