Ministro põe para correr toda a diretoria do DNIT

Toda a diretoria do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), que substituiu o Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER), pediu demissão ontem. O ministro dos Transportes, Anderson Adauto, que no sábado suspendeu todas as licitações para reforma e construções de estradas, disse que vai desmontar a estrutura atual do departamento.

Deixam a direção do órgão: Luiz Francisco Silva Marcos (diretor-geral); Antônio Machado Bastos (Administração e Finanças); Luziel Reginaldo de Souza (Planejamento e Pesquisa); Wildjane da Fonseca Magno (Infra-estrutura aquática); e Miguel Dario Nunes (Infra-estrutura terrestre). Os demissionários, porém, permanecerão nos cargos por mais uma semana para repassarem informações relevantes sobre suas áreas de atuação.

Questionado sobre a possibilidade de procurar o PMDB para comunicar as demissões no DNIT, Adauto, que é do PL, disse: “Satisfação eu devo ao presidente da República e ao vice-presidente.”

Suspensões

A maior obra dos 60 processos de licitação que foram suspensos é a duplicação de parte da chamada rodovia do Mercosul. São 350 quilômetros de estrada na BR-101 que ligam Florianópolis, em Santa Catarina, a Osório, no Rio Grande do Sul. A obra, prevista para começar nos próximos meses, está orçada em R$ 3,8 bilhões. A suspensão foi publicada ontem no Diário Oficial da União. A portaria também determina que todos os órgãos ligados ao Ministério dos Transportes encaminhem ao ministro relatórios sobre os demais processos de licitações em andamento. “Eu vou aceitar as demissões deles e jogar no chão toda aquela estrutura, que não sei se é viciada, ou não, mas que toda a imprensa do Brasil diz que é. Vou desmontar o DNIT e vamos recomeçar”, declarou o ministro.

Convênio

Os ministros da Defesa, José Viegas Filho, e dos Transportes, Anderson Adauto, anunciaram ontem depois de uma reunião, que os dois ministérios firmarão um convênio para que o Exército participe das obras de construção, recuperação de estradas e fiscalização das obras executadas pela iniciativa privada.

O ministro da Defesa disse que a reunião foi excelente e lembrou que o Exército tem 11 batalhões de engenharia espalhados pelo País. Segundo José Viegas, o Exército tem condições de construir e recuperar entre oitocentos e mil quilômetros por ano.

Já o ministro dos Transportes disse ter saído da reunião mais tranqüilo. E fez um apelo à população. Ele pediu paciência e que os brasileiros evitem viajar à noite. Anderson Adauto voltou a dizer que a prioridade de sua pasta é recuperar a atual malha viária e não construir novos trechos.

Voltar ao topo