Ministro diz que TV sofre preconceito

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Ministro Flanklin Martins: ?Ninguém vai inventar a roda?.

Brasília – O governo federal apresentará em até 90 dias um projeto para criar a rede pública de televisão, provavelmente partindo de estruturas que já controla, como a TVE e a Radiobrás, e visando à integração com as emissoras dos Estados, informou o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins. ?Ninguém vai inventar a roda, é simplesmente fazer a roda rodar?, disse ele, em entrevista ao programa Observatório da Imprensa, na TVE , na noite de anteontem.

O ministro afirmou que o objetivo é fazer uma televisão que não seja governista, tenha mecanismos de controle por parte da sociedade e seja plural. Ele insistiu que não há ainda proposta formatada para a nova TV e atribuiu muitos ataques que a proposta recebeu a ?preconceitos?.

?Acho que muita gente já saiu atirando naquilo que achava que seria e não necessariamente em algo que estivesse consolidado no governo?, afirmou Franklin, na conversa com os jornalistas Alberto Dines, apresentador do programa; Ricardo Gandour, diretor de Conteúdo do Grupo Estado; e Elvira Lobato, repórter especial da Folha de S. Paulo, convidados para a entrevista.

?Acho que a intensidade, a paixão monumental com que veio à tona esse debate, mostra preconceitos de pessoas que não entendem, não querem ou têm resistência à rede pública, porque têm resistência a tudo que não seja privado, mas mostra também como esse tema está maduro para ser discutido.? A proposta, disse, será apresentada para debate com a sociedade e com os Estados.

O ministro afirmou que não há rede pública de TVs formada, mas um ?amontoado?. ?O que existe são emissoras pulverizadas?, afirmou. ?E a questão que se coloca não é apenas juntar isso. É dar escala, conseguir fazer com que isso, ao ter escala, tenha uma programação de alto nível, algo que justifique uma rede pública de TV.?

Franklin explicou que a intenção do governo não é concorrer com as emissoras comerciais, mas ter um caráter complementar. ?Qual é a televisão brasileira que tem correspondentes na África??, perguntou. ?E, no entanto, 30% da nossa população é originária (do continente africano)…? Ele disse que nenhuma emissora estadual será obrigada a aderir, mas o governo vai se dirigir aos Estados já com uma proposta para discussão. ?O governo federal não está se preparando para ter um papel coadjuvante, está se preparando para ter um papel central?, declarou.

Voltar ao topo