Brasília
– O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Amauri Dimarzio, encaminha amanhã, para a Embaixada do Brasil em Bruxelas (Bélgica), um pedido de esclarecimentos sobre uma notícia publicada na quarta-feira à tarde, pela Agência Estado, dando como fonte diplomatas brasileiros naquele país, dizendo que “a União Européia não exige o sistema de rastreabilidade bovina aos seus parceiros comerciais, o que inclui o Brasil e não tem prazo para impor a implementação de qualquer sistema neste sentido…”A informação teria sido dada aos diplomatas pelo comissário europeu responsável pela Proteção Sanitária, Segurança Alimentar e Defesa do Consumidor, David Byrne. O secretário Dimarzio no entanto, apresentou no início da noite um documento da União Européia assinado por Colm Gaynor, diretor da Proteção Sanitária e, subordinado a Byrne. No documento, Gaynor diz que a União Européia não está satisfeita com o funcionamento do sistema de rastreabilidade do gado brasileiro. “Eu quero que a União Européia dê uma posição definitiva. Eles estiveram no Brasil por três vezes e se a notícia publicada ontem estiver correta, eu vou perguntar: porque exigiram a criação do Sisbov (Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos)? Eu quero apurar os fatos”, disse o secretário Amauri, completando que se a informação da imprensa estiver correta, vai levar o assunto ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues.
Na iniciativa privada, a notícia de ontem à tarde também causou surpresa. O presidente do Fórum Permanente da Pecuária de Gado de Corte, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, lembrou que no relatório enviado em maio à União Européia não fala disso, pelo contrário, queria que fossem cumpridas as normas do Sisbov. “A solução para o impasse é ir uma missão à Bruxelas. Se é desse jeito, não há necessidade de se fazer a rastreabilidade”.
Apesar dos desencontros de informações, ontem à tarde, no Ministério da Agricultura, foi realizada a reunião do Comitê Consultivo do Sisbov. Foram discutidos quatro assuntos: Proposta de Classificação de Carcaças; Instruções sobre os procedimentos a serem adotados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF); Proposta de Implementação de rastreamento por propriedade e, Abiec/Acerta/CNA, ingresso de animais na BND (Base Nacional de Dados), Sisbov. (Adriano Gaieski)