Ministério chama Vaticano e igreja de irresponsáveis

Brasília – O Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de DST e Aids, divulgou ontem uma nota em que vem a público repudiar “a atitude irresponsável do Vaticano e da ala conservadora da Igreja Católica, que mais uma vez, e sem nenhum respaldo científico, lançam dúvidas sobre a eficácia do preservativo como barreira à transmissão do HIV”. Segundo a nota, “na mesma semana em que a Unaids, órgão da ONU para as políticas de controle da aids no mundo, divulga dados alarmantes sobre o crescimento da epidemia entre os jovens, informando que a cada 14 segundos um adolescente contrai o HIV, a igreja presta um “desserviço” ao mundo afirmando que os poros do preservativo são maiores do que o vírus da aids”. Para o ministério, “essa argumentação da igreja, em defesa da abstinência sexual como forma mais eficaz de se evitar a aids, foi derrubada pela primeira vez em 1992, pelo National Institute of Health dos Estados Unidos. O instituto fez testes específicos para examinar a porosidade do látex usado na fabricação do preservativo, que foi ampliado duas mil vezes e observado com um microscópio eletrônico. Nenhum poro foi encontrado”. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o uso do preservativo como “a única prática efetiva na defesa contra a aids sexualmente transmitida”. O ministério enfatiza que “o papel da Igreja é agir no campo moral e religioso, mas não no científico”.

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