“Minha única prova é uma pessoa morta”

Brasília – O advogado Rogério Buratti, assessor do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, quando ele era prefeito de Ribeirão Preto, disse ontem, em depoimento à CPI dos Bingos, que a principal fonte das coisas que sabe e revelou vieram de "informações de um grande amigo que está falecido" e que era seu confidente. Buratti acusou Palocci, em depoimento no Ministério Público, reiterado ontem na CPI, de receber propina de R$ 50 mil por mês de uma empreiteira, a Leão & Leão, que queria manter contratos de coleta de lixo quando o atual ministro comandava a prefeitura da cidade paulista. O advogado, por sua vez, é acusado de fraude, formação de quadrilha e sonegação fiscal.

"É muito difícil você falar de uma coisa da qual você tem informações e não tem provas, porque a única prova é uma pessoa morta. Eu conversava muito com o Ralf (Ralf Barquete Santos, que seria responsável pelo repasse dos recursos ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e que morreu em 2004). Ralf era uma pessoa honrada, tinha uma família bonita, um pai maravilhoso, uma pessoa que admirei muito. Fomos amigos durante dois, três anos, os últimos anos da vida dele, e é lamentável tratar de uma pessoa que está morta dessa forma. É lamentável atribuir informações a uma pessoa que não está mais conosco, nem sequer para dizer que estou mentindo", disse. 

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