Em ato de mobilização para tentar evitar a perda do emprego, os funcionários da linha de Montagem de Veículos Automotores da General Motors, em São Paulo José dos Campos, no Vale do Paraíba, começaram a trabalhar hoje (31) uma hora depois do previsto para o início da jornada do primeiro turno, marcado para as 5h50. Segundo a GM, logo após uma assembleia, os metalúrgicos retomaram as atividades nesse setor. Nas demais unidades, onde atuam 7,2 mil empregados, o expediente está normal.

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Está prevista para as 14h30 de hoje (31) uma assembleia na unidade de produção da pick-up S10, que fica no mesmo polo industrial. A expectadora dos trabalhadores é a de que até lá alguma medida sobre a desativação parcial da produção da GM em São José dos Campos já tenha sido definida no encontro marcado para a manhã desta terça-feira entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o vice-presidente da Associação Nacional dos Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan Yabiku Júnior, que também é o diretor de Assuntos Institucionais da GM.

A montadora deixou de produzir três dos quatros modelos que eram fabricados na Montagem de Veículos Automotores de São José dos Campos: o Corsa Hatch, Meriva e Zafira, apenas foram mantidas as atividades em relação ao Classic. Porém, a empresa informou ter aumentado a produção da pick-up S10, no complexo industrial.

Por meio de nota divulgada ontem (30), o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região defendeu a necessidade de uma ação por parte do governo federal contra as demissões. A entidade afirma que apesar dos estímulos fiscais por meio de reduções do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) tem ocorrido corte de pessoal.

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Com base em estudos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, o sindicato da categoria informou que a GM cortou 1.189 vagas, entre julho de 2011 e junho de 2012 e que só na unidade de São José dos Campos foram eliminados 1.044 postos. Esse total, segundo a entidade, exclui os 356 trabalhadores que aderiram ao Programa de Demissão Voluntária ocorrido em duas etapas, recentemente.