Mensalão para Delcídio era de R$ 25 mil, acusa Ministério Público

Entre 2005 e 2006, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) teria recebido 24 parcelas fixas de R$ 25 mil do mensalão do ex-governador Zeca do PT. A informação foi divulgada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, que esmiúça a administração de José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT – dois mandatos consecutivos, de 1999 a 2006. Inicialmente, a promotoria havia apontado um único registro em nome de Delcídio.

?É inacreditável, é uma farsa?, reagiu o senador. ?Naquele período eu estava na CPI dos Correios. Com todos os problemas que enfrentei no partido, eu ainda iria operar um mensalão? É um negócio maluco.

Seis promotores de Justiça compõem a força-tarefa que investiga o caso e atribui a Zeca do PT crimes de uso de documento falso e peculato por meio de desvio de verbas de publicidade. Os promotores suspeitam que o então governador criou um mensalão para apaniguados e autoridades de escalões diversos, entre políticos, secretários e servidores estaduais e municipais.

O Ministério Público calcula que o desvio pode ter alcançado R$ 30 milhões. Os promotores afirmam que Zeca do PT comandou um ?grandioso esquema? no Estado. O operador teria sido Raufi Marques, ex-chefe da Casa Civil do governo de Mato Grosso do Sul.

O caixa 2, presumem os promotores, era mantido com a verba destinada a agências de propaganda, às quais foram pagos R$ 56,8 milhões entre 2005 e 2006. De acordo com o Ministério Público, notas fiscais adulteradas, despesas superfaturadas e outros meios ilícitos deram base às operações.

A pista que a promotoria segue são dois livros com registros de datas, valores e nomes que teriam sido contemplados, alguns com depósitos fixos, outros com depósitos eventuais. Um diário, de capa preta e 100 páginas, foi encontrado na residência de Salete Terezinha de Luca, ex-ordenadora de Despesas da Secretaria de Governo de Mato Grosso do Sul. O outro livro foi localizado na casa de uma amiga de Ivanete Leite Martins, que foi assessora da Secretaria de Coordenação-Geral e é testemunha-chave do Ministério Público.

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