Qualidade comprometida

Médicos da rede pública devem suspender atendimento hoje

Os médicos que atendem na rede pública em todo o País prometem interromper o trabalho e realizar várias manifestações hoje. O movimento é composto por representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam). Os médicos querem chamar a atenção das autoridades e da população para os problemas que afetam o setor e que, segundo essas entidades, comprometem a qualidade do atendimento, como a baixa remuneração e as más condições de trabalho.

Já estão confirmadas a suspensão do atendimento em 12 Estados: Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Maranhão e Sergipe. Em outros quatro Estados (Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo), estão previstas a realização de manifestações públicas. Inclusive, são esperadas paralisações localizadas (um hospital, um centro de saúde, um ambulatório) em algumas regiões.

Nos Estados em que se optou pela paralisação, serão suspensos os atendimentos eletivos (consultas, exames, cirurgias e outros procedimentos). No entanto, ficará assegurado o trabalho nas unidades de urgência e emergência. No início do mês, o Conselho Federal de Medicina determinou aos Conselhos Regionais (CRMs) o envio de correspondências aos gestores públicos (secretários de saúde e diretores técnicos e clínicos de estabelecimentos de saúde) com um alerta sobre o movimento.

Curitiba

Na capital paranaense, os dirigentes do Sindicato dos Médicos (Simepar), do Conselho Regional de Medicina e da Associação Médica do Paraná estarão na Boca Maldita, distribuindo panfletos e cartilhas, conversando com a população e com a imprensa sobre a situação da Saúde Pública e do Sistema Único de Saúde.

O Simepar aproveitará o protesto para denunciar as condições de trabalho nos Centros Municipais de Urgências Médicas de Curitiba (CMUMs), que é um serviço público municipal, mas que utiliza médicos terceirizados para atendimento.

Na semana passada, um dos delegados do Simepar nos CMUMs foi demitido após participar de assembleias e conceder entrevistas na imprensa local. Segundo o presidente do CRM-PR, Carlos Roberto Goytacaz Rocha, “queremos chamar a atenção da sociedade e reafirmar nossa posição de luta por melhores condições na assistência à saúde da população”. “Não temos condições adequadas de trabalho e remuneração condizente com a nossa responsabilidade. Faltam investimentos e recursos para melhorar e dar agilidade ao atendimento à população”, ressaltou Rocha.

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