Marinha tem como meta obter submarino nuclear

Mais do que dobrar a atual frota de 27 navios-patrulha, a prioridade da Marinha para alcançar condições efetivas de segurança nas áreas de prospecção de petróleo na costa brasileira, como as recém-descobertas reservas na camada pré-sal é a construção de pelo menos quatro novos submarinos até 2018. A meta principal é o aguardado submarino nuclear, que colocaria o controle da costa em outro patamar. No entanto, os oficiais não contam com ele antes de 2020.

O diferencial da estratégia submarina protagonizou na semana passada os primeiros movimentos da Operação Atlântico. Em ação no litoral do Rio, São Paulo e Espírito Santo há dez dias, 10.215 homens da Marinha, Exército e Aeronáutica medem, até dia 26, os desafios para manter o controle da imensidão formada pelo mar territorial e a zona exclusiva de exploração econômica, a Amazônia Azul. A área abriga a maior riqueza natural do País e se estende a mais de 390 quilômetros do continente. O pré-sal está nesse limites.

Embora a Marinha trate a reativação da Quarta Frota dos Estados Unidos – divisão responsável por operações no Atlântico Sul, criada em 1943, desmobilizada em 1950 e restabelecida em abril – como mera reorganização, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse incomodado. “Os homens já estão aí com a Quarta Frota quase em cima do pré-sal”, afirmou, no batismo da plataforma P-53, no Rio Grande do Sul, na semana passada. Os EUA dizem reforçar o combate ao narcotráfico e treinamentos bilaterais.

A Operação Atlântico é uma resposta discreta à iniciativa americana, com a exibição de alguma capacidade de mobilização militar, ainda que limitada. Na filosofia militar da dissuasão em tempos de paz, o objetivo não é investir em uma máquina de guerra imbatível – o que seria muito difícil diante da capacidade de intervenção americana -, mas fazer potenciais inimigos ou grupos terroristas pensarem duas vezes antes de se aventurar em uma área estratégica para o Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.